
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Luciano Zucco (PL-RS), esteve nesta quinta-feira (14/8) na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) desde o início de agosto, com restrições que limitam o contato a um grupo restrito de pessoas autorizadas judicialmente.
Segundo Zucco, a visita teve “caráter pessoal e político”. Ele relatou ter levado ao ex-presidente informações sobre o andamento de pautas no Legislativo, como a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. “Fui como amigo e como líder da oposição, para conversar sobre o cenário atual e relatar o trabalho que temos desenvolvido no Congresso”, afirmou.
Apesar da pressão bolsonarista, a possibilidade de votar uma “anistia ampla, geral e irrestrita" não está na agenda do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Em entrevista à GloboNews, também nesta quinta-feira, declarou que não há “clima nem ambiente” na Casa para essa discussão. No entanto, Motta admitiu a possibilidade de um texto que revise penas consideradas excessivas e altere o regime de cumprimento para parte dos condenados. “Não é razoável conceder anistia a quem planejou matar pessoas”, disse.
Zucco contou que Bolsonaro demonstrou estar abatido e com a saúde fragilizada, mas firme nas posições políticas. Durante o encontro, trataram ainda de denúncias conhecidas como “Vaza Toga”, que apontam supostas irregularidades na atuação do ministro Alexandre de Moraes.
O parlamentar explicou que, a partir de agora, caberá à defesa de Bolsonaro indicar nomes para futuras visitas, encaminhando-os à Justiça para autorização. Segundo Zucco, o ex-presidente manifestou interesse em receber lideranças políticas, incluindo o próprio presidente da Câmara.
Prisão domiciliar
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A medida foi adotada após o descumprimento de restrições impostas em investigações que apuram suposta participação dele em uma tentativa de golpe de Estado e no incentivo a ataques às instituições. Entre as determinações judiciais estão o uso de tornozeleira eletrônica, a apreensão de aparelhos celulares e a limitação de visitas.
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