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Salles diz que urgência do PL da Adultização foi aprovada de 'maneira equivocada'

Segundo o deputado da oposição, a votação simbólica de ontem (19/8) foi realizada às pressas e com o Plenário esvaziado, o que, para ele, reforça a ideia de que "quem não deixa ter debate, é porque sabe que não tem razão"

Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar, em votação simbólica, a urgência do projeto de lei (PL) da Adultização, o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) afirmou nesta quarta-feira (20/8) que a direita sempre teve posicionamentos favoráveis à proteção das crianças, mas que não concorda com a “obsessão” do governo federal, da esquerda e do Centrão em censurar as redes sociais.

Em entrevista ao CB.Poder — uma parceira do Correio com a TV Brasília —, o parlamentar lembrou que, ao longo dos anos, a direita bloqueou “várias iniciativas” de censura no Congresso Nacional, mas que, ao utilizar o tema da proteção das crianças, a presidência da Casa, de “maneira equivocada”, fez uma votação simbólica no momento em que o Plenário ainda estava vazio. Segundo Salles, “quem não deixa ter o debate, é porque sabe que não tem razão”.

“O que nós não concordamos é que se utilize o pretexto da proteção às crianças para, de forma dissimulada, incutir a censura nas redes sociais no Brasil, que é a grande obsessão do governo e do Centrão. Aqueles que só ganham eleições na base de dinheiro e de poder, não querem um ambiente em que há livre debate de ideias”, defendeu o ex-ministro do governo Bolsonaro.

Ricardo Salles destacou que durante a votação de hoje, logo mais, haverá muita discussão dentro da Câmara, unindo a oposição para tentar obstruir a votação do projeto, que, segundo ele, daria poder de censura para o Executivo.

O deputado também apontou que a Constituição Federal proíbe a censura prévia, lembrando que o governo não sancionou "inúmeros projetos" que prometem proteger as crianças, como o projeto de castração química para pedófilos, de sua autoria, e o cadastro nacional de pedófilos.

“Isso é coisa de ditadura. Dar ao governo federal, ao Executivo, a prerrogativa de suspender redes sociais por até dois meses sem decisão judicial. Imagina o ministro da Secom, o (Sidônio) Palmeira, travando todas as redes sociais de quem critica o governo”, criticou o bolsonarista.

Assista à entrevista na íntegra:

 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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