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Advogado que revelou esquema de descontos ilegais no INSS depõe na CPMI

Eli Cohen depõe nesta segunda-feira (1º/9) ao Congresso sobre fraudes que desviaram bilhões de reais de aposentados e pensionistas do INSS. Ele é responsável por uma investigação independente que ajudou a identificar sindicatos e associações envolvidos

De acordo com os requerimentos, o advogado atuou em processos ligados à apuração de fraudes praticadas por entidades associativas, acusadas de realizar descontos não autorizados diretamente na folha de beneficiários -  (crédito: Platobr Politica)
De acordo com os requerimentos, o advogado atuou em processos ligados à apuração de fraudes praticadas por entidades associativas, acusadas de realizar descontos não autorizados diretamente na folha de beneficiários - (crédito: Platobr Politica)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) volta a se reunir nesta segunda-feira (1º/9), às 16h, para ouvir o advogado Eli Cohen. Ele foi responsável por uma investigação independente que ajudou a trazer à tona o esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.

O depoimento de Cohen atendeu pedidos do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) e dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Marinho (PL-RN). De acordo com os requerimentos, o advogado atuou em processos que apuram fraudes praticadas por entidades associativas.

A oitiva acontece em uma semana de intensa agenda da CPMI. Na última terça-feira (26/8), os parlamentares ouviram Patrícia Bettin Chaves, coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União (DPU), e o delegado da Polícia Federal, Bruno Bergamaschi. Ambos detalharam como se estruturava o sistema de cobranças indevidas que, segundo estimativas iniciais, pode ter causado um rombo bilionário.

O caso veio à tona em abril, após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou sindicatos e associações usando indevidamente dados de aposentados para aplicar descontos sem autorização. O escândalo levou à criação da CPMI em agosto, com o objetivo de apurar responsabilidades e propor medidas para prevenir novas fraudes.

Com poderes de investigação semelhantes aos de autoridades judiciais, a comissão já protocolou mais de 900 requerimentos de convocação e quebras de sigilo. A expectativa é que o depoimento de Eli Cohen traga detalhes técnicos e documentais sobre como funcionava a engrenagem dos descontos e quais grupos políticos e econômicos se beneficiaram do esquema. O trabalho da CPMI tem prazo de 180 dias, podendo se estender até março de 2026. 

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postado em 01/09/2025 12:01
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