
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou a tentativa de aprovar uma proposta de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro representaria um “golpe parlamentar”. Ele afirmou, ainda, que a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em torno do tema é uma “interferência indevida”.
“Eu me recuso a acreditar que isso seja pautado. Isso é uma interferência indevida. Seria uma espécie de golpe parlamentar. O governador de São Paulo está, na minha opinião, numa conduta que não é a de governador de São Paulo”, afirmou.
“Devia ser uma conduta de respeito ao Supremo Tribunal Federal. Um julgamento histórico que deve levar à condenação de um ex-presidente da República. Então, nós temos uma articulação claramente ilegal e inconstitucional porque já existe posição dos ministros do Supremo no caso do deputado Daniel Silveira”, emendou o deputado.
A declaração foi dada nesta quarta-feira (3/9) durante conversa com jornalistas no Supremo Tribunal Federal (STF). Lindbergh acompanhou parte da sustentação oral da defesa de Jair Bolsonaro (PL), ao lado dos deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Fernanda Melchionna (Psol-RS).
Segundo o parlamentar, a articulação para a anistia foi tema de discussão entre lideranças partidárias. “Nós saímos da reunião de líderes ontem abismados com a proposta como essa pode tramitar na Câmara dos Deputados. Porque falaram abertamente sobre pautar ela logo após o julgamento”, disse.
O deputado também comentou a fala do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em Cuiabá, no último dia 18 de agosto. Na ocasião, o ministro afirmou que a anistia antes do julgamento é “uma impossibilidade” e que, após a decisão, “passa a ser uma questão política”. Para Lindbergh, a declaração foi utilizada de maneira distorcida.
“Na nossa avaliação, distorceram a fala do ministro Barroso, como se fosse uma fala de que a Constituição permitisse o uso desse instituto da anistia. Para nós, é claramente inconstitucional. Então a gente [o governo] vai trabalhar muito. Isso é algo central para todos os que querem a democracia restaurada”, declarou.
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