Anistia

Tarcísio desrespeita a democracia ao articular anistia, diz José Guimarães

Para o líder do governo na Câmara, o governador de São Paulo se aproveita da proximidade com Jair Bolsonaro para "golpeá-lo" e disputar o Planalto em 2026

Para Guimarães (esq.), a tendência é que Tarcísio (dir.) jogue Bolsonaro no esquecimento quando conseguir o que quer -  (crédito: Bruno Spada/Câmara e Douglas Gomes/Republicanos)
Para Guimarães (esq.), a tendência é que Tarcísio (dir.) jogue Bolsonaro no esquecimento quando conseguir o que quer - (crédito: Bruno Spada/Câmara e Douglas Gomes/Republicanos)

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quarta-feira (3/9) que a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), pela aprovação da anistia é um ato de “profundo desrespeito” à democracia.

“Tarcísio pode estar se valendo de uma figura marcada por crimes graves contra a ordem democrática como trampolim para seu projeto presidencial, trocando princípios democráticos por dividendos eleitorais herdados do bolsonarismo”, escreveu Guimarães.

Tarcísio tem conversado com figuras centrais do Congresso Nacional, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com caciques partidários para apoiar uma anistia aos golpistas do 8 de Janeiro.

O governador é o favorito para suceder o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como nome da direita para o Planalto em 2026. Para José Guimarães, a tendência é que Tarcísio relegue Bolsonaro “ao esquecimento”, no que ele chamou de “um dos gestos mais oportunistas desde a redemocratização”.

“O curioso, nesse processo, é assistir a um golpista sendo golpeado”, ironizou José Guimarães.

Mesmo que fosse aprovada no Congresso — as chances são baixas, mas o presidente Hugo Motta tem se disposto a conversar com líderes da oposição —, a anistia para os golpistas esbarraria no Supremo Tribunal Federal.

No início do julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma na terça-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes aproveitou a leitura de seu relatório para criticar tentativas de livrar os responsáveis e disse que “a impunidade não é opção para a pacificação”.

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postado em 03/09/2025 15:30
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