JULGAMENTO STF

Fux interrompe Moraes e sinaliza discordância em julgamento de Bolsonaro

Diante da intervenção, Moraes respondeu que "todas as preliminares expostas por ele haviam sido votadas por unanimidade"

Diante da intervenção, Moraes respondeu que
Diante da intervenção, Moraes respondeu que "todas as preliminares expostas por ele haviam sido votadas por unanimidade" - (crédito: Agência Brasil)

O julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal começou nesta terça-feira (9/9) com um embate entre ministros da Primeira Turma. Logo no início da sessão, o ministro Luiz Fux interrompeu a fala de Alexandre de Moraes, relator do processo, e já indicou sua primeira divergência.

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Moraes apresentava as preliminares — questionamentos levantados pelas defesas dos réus — quando foi interrompido. Fux dirigiu-se ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, e declarou que retomaria a análise das preliminares antes de apresentar seu voto. "Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de coerência, sempre ressalvei e fiquei vencido nessas posições, por sorte que vou voltar a essa, muito embora, assim como a Vossa Excelência votando direto", afirmou.

A manifestação de Fux fez referência à posição que mantém desde o início do caso: a de que o julgamento deveria ocorrer no Plenário do Supremo, e não na Primeira Turma. O ministro já havia discordado desse ponto quando a Corte analisou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Diante da intervenção, Moraes respondeu que “todas as preliminares expostas por ele haviam sido votadas por unanimidade”. Fux, então, voltou a interrompê-lo, ressaltando: “durante o recebimento da denúncia”. Moraes concordou, mas ouviu de volta: “estamos em julgamento”.

Em sua fala, Moraes destacou que a divisão das preliminares busca dar mais agilidade ao processo: “Em relação à análise das preliminares, estou dividindo, até para ganharmos em eficiência e celeridade, em relação às que já foram decididas pela Corte e não houve nenhum fato superveniente que pudesse alterar o posicionamento. De outra parte, aquelas preliminares alegadas durante a instrução processual penal, então essas eu farei uma referência mais detalhada.”

Nos bastidores, Fux tem sido visto como uma aposta de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento. Além de se posicionar contra o processo tramitar apenas na Primeira Turma, o ministro já criticou as diferentes versões apresentadas por Mauro Cid em sua delação premiada. Ele também foi o único a votar contra a imposição de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro.

Julgamento no STF

  • Início tenso do julgamento: O julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) começou com um atrito entre os ministros da Primeira Turma.

  • Divergência de Fux: O ministro Luiz Fux interrompeu Alexandre de Moraes, relator do caso, para expressar sua discordância. Fux defende que o julgamento deveria ocorrer no Plenário do STF, não apenas na Primeira Turma.

  • Posição recorrente: Essa posição de Fux não é nova; ele já havia manifestado a mesma opinião quando a denúncia contra os envolvidos foi analisada anteriormente.

  • Defesa de Moraes: Alexandre de Moraes argumentou que todas as preliminares (questionamentos da defesa) já haviam sido votadas por unanimidade pela Corte. Ele também explicou que a divisão das preliminares visa dar mais agilidade ao processo.

  • Embates verbais: Houve um breve embate entre os ministros, com Fux corrigindo Moraes ao dizer que as preliminares foram votadas "durante o recebimento da denúncia" e não no "julgamento" atual.

  • Apoio a Bolsonaro: Nos bastidores, Luiz Fux é visto por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma esperança no julgamento. Além de sua posição sobre a tramitação do caso, ele já criticou a delação de Mauro Cid e foi o único a votar contra a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro.

 

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postado em 09/09/2025 10:52 / atualizado em 09/09/2025 11:38
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