
Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar, com 311 votos favoráveis, o requerimento de urgência para a análise do Projeto de Lei (PL) da Anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, a indicação do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para a relatoria da proposta gerou divergências entre os parlamentares da oposição.
O líder do Partido Liberal (PL) na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), comemorou nas redes sociais a indicação de Paulinho da Força, destacando que o parlamentar é “um ferrenho crítico do governo do descoordenado”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Tenho plena confiança que a partir de agora vamos começar os diálogos e fazer justiça e anistiar dos presos INJUSTAMENTE. Bom trabalho! Conte comigo”, disse ele em postagem no X (antigo Twitter).
Entretanto, nem todos da oposição seguiram na mesma linha de pensamento do líder partidário. Já o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que a notícia “frustrou a direita” e retirou o entusiasmo obtido após a vitória da urgência no plenário.
“Hoje nós acordamos tão felizes, o Brasil acordou feliz pela votação de ontem. Mas essa alegria não durou muito tempo, quando tomamos conhecimento que o Paulinho da Força seria o relator, conforme a orientação do presidente Hugo Motta, voltamos a uma tristeza”, declarou.
Segundo Chrisóstomo, a expectativa era de que o escolhido fosse um nome mais neutro. “Esperávamos um relator centro, ou de direita, ou até um pouco à esquerda, não teria problema. Mas diante de um relator totalmente esquerdista e abraçado ao governo do atual presidente, isso agora ficou difícil”, criticou.
O parlamentar também levantou dúvidas sobre a relação de Paulinho com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial Alexandre de Moraes, nos rumos da proposta. “Se nós formos pensar na amizade, está totalmente desfavorável para nós, porque o próprio ministro Alexandre de Moraes se mostra totalmente contrário à direita. Essa relação muito próxima nos deixa agora de joelhos”, disse.
Sobre a possibilidade de uma versão “light” da anistia — que excluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro dos beneficiados —, Chrisóstomo foi categórico: “Anistia é perdão. Ou você perdoa ou não perdoa. Não tem meia anistia. Ela precisa ser ampla, geral e irrestrita”.
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O deputado também comentou sobre o andamento da proposta no Senado, caso avance na Câmara. Ele afirmou que os parlamentares de oposição já articulam com senadores para garantir apoio. “Nós estamos atentos a isso, estamos conversando. Quando o PL da Anistia chegar lá, que seja favorável e faça justiça a todos os presos”, afirmou.
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