AUDIÊNCIA PÚBLICA

Em audiência na Câmara, Haddad rebate acusação de distinção partidária pela Fazenda

Ministro ressaltou valorização do Brasil no exterior e rebateu críticas da oposição em audiência na Câmara

Haddad defendeu que a função do Ministério da Fazenda é conciliar interesses divergentes no Orçamento, definido pelo Congresso, e seguir as regras fiscais estabelecidas -  (crédito: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)
Haddad defendeu que a função do Ministério da Fazenda é conciliar interesses divergentes no Orçamento, definido pelo Congresso, e seguir as regras fiscais estabelecidas - (crédito: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24/9) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a pasta não faz distinção entre parlamentares governistas ou oposicionistas. “Nosso gabinete está aberto a todos, ninguém precisa pedir licença para conversar conosco. Nada que é humano é perfeito, mas estamos procurando acertar cada vez mais”, disse.

Haddad defendeu que a função do Ministério da Fazenda é conciliar interesses divergentes no Orçamento, definido pelo Congresso, e seguir as regras fiscais estabelecidas. Segundo ele, o objetivo tem sido reduzir erros e buscar equilíbrio entre demandas distintas.

Durante a audiência, o ministro também destacou a força do agronegócio brasileiro no cenário internacional. A safra 2024/25, segundo ele, atingiu 350,2 milhões de toneladas de grãos, recorde histórico segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Já as exportações do setor somaram US$ 13,489 bilhões entre janeiro e agosto, crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Ministério da Agricultura.

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Embate com a oposição

O deputado Evair de Melo (PP-ES), ligado à bancada do agronegócio, questionou o ministro sobre a condução da política externa e a situação do desemprego no país. Ele perguntou, por exemplo, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permaneceria nos Estados Unidos para se encontrar com o presidente Donald Trump. Também contestou os números oficiais sobre o mercado de trabalho, associando-os a programas sociais como o Bolsa Família.

Haddad reagiu: “ O Lula não está precisando de lição de diplomacia de ninguém, porque se aconteceu uma coisa ontem que o senhor deveria se envergonhar em relação ao governo anterior é a abertura que Lula tem no mundo inteiro”, afirmou.

Sobre os índices de desemprego, o ministro disse que os dados são fornecidos por órgãos oficiais como o IBGE e que não caberia à Fazenda inventar números.

Herança fiscal

Haddad também atribuiu dificuldades orçamentárias a decisões tomadas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, a gestão passada deixou dívidas de precatórios, perdas com ICMS e aprovou o novo Fundeb sem indicar fonte de custeio, o que custaria R$ 40 bilhões aos cofres públicos. Ele ainda acusou a equipe Bolsonaro de retirar R$ 80 bilhões da saúde e desorganizar programas sociais.

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postado em 24/09/2025 15:19 / atualizado em 24/09/2025 15:19
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