Depois de uma semana intensa de negociações com partidos governistas e de oposição, a articulação do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) em torno do PL da Dosimetria (antes chamado de PL da Anistia) travou devido ao clima ruim entre Câmara e Senado depois que a Casa Alta engavetou de vez a PEC da Blindagem.
O Correio apurou que o relator só vai apresentar um rascunho do parecer quando a temperatura entre ambas as Casas diminuir. Ele avalia existir muito desgaste no momento entre a cúpula da Câmara e do Senado.
Foi para tentar contornar essa situação que um encontro foi marcado com presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na noite de quarta-feira (24/9). No entanto, a conversa, organizada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) foi cancelada e ainda não tem data para ocorrer.
O deputado já retornou ao estado de São Paulo, onde vive, e a expectativa é que um eventual encontro com Alcolumbre só ocorra na semana que vem.
Paulinho da Força também mudou o discurso em relação ao projeto de lei do Imposto de Renda para evitar alimentar o desgaste natural que o texto tem enfrentado tanto por parte da oposição quanto de governistas.
O deputado disse, depois de uma reunião com parlamentares do PT na quarta, que se o PL da Dosimetria não fosse votado logo, a isenção do IR ficaria prejudicada.
Questionado pelo Correio sobre o assunto nesta quinta, Paulinho da Força voltou atrás: “Isso não existe”.
Motta nega crise
O presidente da Câmara, Hugo Motta, negou nesta quinta (25) haver uma crise com o Senado pela derrubada da PEC da Blindagem, que foi aprovada na Casa Baixa com seu esforço.
“A Câmara cumpriu o seu papel, aprovou a PEC, o Senado entendeu que a PEC não deveria seguir. Nós temos um sistema bicameral, cabe a nós respeitar a posição do Senado”, afirmou a jornalistas.
Disse ter se encontrado com Alcolumbre em um jantar na casa do ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, na quarta-feira, mas afirmou não ter tratado da PEC.
Alegou ter boa relação com o presidente do Senado e entender que a rejeição de pautas aprovadas em outra casa legislativa é um processo natural
“Nós temos a tranquilidade de saber que o presidente do Senado tem a responsabilidade de presidir o Senado e o presidente da Câmara de presidir a Câmara. Não tem sentimento de traição nenhum, até porque nós temos a condição de saber que não obrigatoriamente uma Casa tem que concordar em 100% do que a outra Casa aprova”, concluiu.
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