
A senadora Leila Barros (PDT-DF) afirmou, nesta quarta-feira (1º/10), que representantes de diferentes gestões do governo foram alertados de fraudes no INSS, mas negligenciaram os casos. A integrante da CPMI que investiga os descontos indevidos nas aposentadorias também comentou sobre políticos que fazem da investigação palanque para as eleições de 2026.
“Não temos dúvidas que governos foram avisados, ministros foram avisados, secretários foram avisados. De alguma forma não buscaram entender o que estava acontecendo no INSS. A gente só vai saber a dimensão desse escândalo com a investigação”, disse em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
Barros disse considerar a ação, feita pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula, de ressarcir os descontos e apoiar a investigação como "muito relevante”. Apesar dessa afirmação, a senadora alegou que não abre mão de encontrar todos os culpados da fraude, independente do lado político.
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Ela apontou que a CPMI está em clima de “Fla x Flu” e que ainda espera maior agressividade entre os parlamentares, já que a comissão ocorre um ano antes das eleições de 2026 e, segundo ela, é usada como palanque e propaganda política. A medalhista de vôlei acredita, porém, que o propósito principal das investigações é fazer justiça às vítimas.
“Tive uma indisposição com uma parlamentar e não fico feliz, até porque é mulher. Isso mostra um pouquinho do que ainda está por vir dentro da própria CPMI. Uma guerra de narrativas e é natural que os nervos aflorem”, conta Leila, fazendo referência ao conflito envolvendo a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) no início de setembro. A discussão foi apaziguada pelos colegas.
Depoimentos
Sobre o uso de habeas corpus — direito de ir, vir e de silêncio — pelos convocados da apuração na comissão mista, a senadora comentou se sentir incomodada, pois, de acordo com ela, atrapalha na investigação.
“É um pouco frustrante para nós, parlamentares que estamos envolvidos na CPMI, porque a gente quer ouvir, dar luz e mostrar a cara dos envolvidos. Mas também existe uma investigação da Polícia Federal. É um processo que é desgastante, mas necessário, e a gente vai ter que saber lidar com isso, apesar dessas decisões da Justiça, e antecipar esses HCs”, comentou.
Reeleição e GDF
Durante a entrevista, Barros revelou que pretende disputar as eleições de 2026 e se reeleger como senadora. Ela confidenciou que deseja ser governadora do Distrito Federal, mas que esse dia ainda não chegou. No momento, segundo ela, o foco é nos projetos do fim do mandato.
Assista à entrevista na íntegra
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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