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Leila Barros diz que governos foram avisados sobre fraudes no INSS

"A gente só vai saber a dimensão desse escândalo com a investigação", disse a senadora em entrevista ao Correio. Leila integra a CPMI que apura os descontos indevidos nas aposentadorias

Leila revelou que pretende se reeleger como senadora, em 2026, negando candidatura ao GDF -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Leila revelou que pretende se reeleger como senadora, em 2026, negando candidatura ao GDF - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A senadora Leila Barros (PDT-DF) afirmou, nesta quarta-feira (1º/10), que representantes de diferentes gestões do governo foram alertados de fraudes no INSS, mas negligenciaram os casos. A integrante da CPMI que investiga os descontos indevidos nas aposentadorias também comentou sobre políticos que fazem da investigação palanque para as eleições de 2026.

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“Não temos dúvidas que governos foram avisados, ministros foram avisados, secretários foram avisados. De alguma forma não buscaram entender o que estava acontecendo no INSS. A gente só vai saber a dimensão desse escândalo com a investigação”, disse em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Barros disse considerar a ação, feita pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula, de ressarcir os descontos e apoiar a investigação como "muito relevante”. Apesar dessa afirmação, a senadora alegou que não abre mão de encontrar todos os culpados da fraude, independente do lado político.

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Ela apontou que a CPMI está em clima de “Fla x Flu” e que ainda espera maior agressividade entre os parlamentares, já que a comissão ocorre um ano antes das eleições de 2026 e, segundo ela, é usada como palanque e propaganda política. A medalhista de vôlei acredita, porém, que o propósito principal das investigações é fazer justiça às vítimas.

“Tive uma indisposição com uma parlamentar e não fico feliz, até porque é mulher. Isso mostra um pouquinho do que ainda está por vir dentro da própria CPMI. Uma guerra de narrativas e é natural que os nervos aflorem”, conta Leila, fazendo referência ao conflito envolvendo a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) no início de setembro. A discussão foi apaziguada pelos colegas.

Depoimentos

Sobre o uso de habeas corpus — direito de ir, vir e de silêncio — pelos convocados da apuração na comissão mista, a senadora comentou se sentir incomodada, pois, de acordo com ela, atrapalha na investigação.

“É um pouco frustrante para nós, parlamentares que estamos envolvidos na CPMI, porque a gente quer ouvir, dar luz e mostrar a cara dos envolvidos. Mas também existe uma investigação da Polícia Federal. É um processo que é desgastante, mas necessário, e a gente vai ter que saber lidar com isso, apesar dessas decisões da Justiça, e antecipar esses HCs”, comentou.

Reeleição e GDF 

Durante a entrevista, Barros revelou que pretende disputar as eleições de 2026 e se reeleger como senadora. Ela confidenciou que deseja ser governadora do Distrito Federal, mas que esse dia ainda não chegou. No momento, segundo ela, o foco é nos projetos do fim do mandato.

Assista à entrevista na íntegra

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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LC
postado em 01/10/2025 17:40 / atualizado em 01/10/2025 17:40
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