
O governo federal e o governo do Paraná mobilizaram uma força-tarefa neste neste domingo (9/11) para atender às vítimas e iniciar a reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu, município do centro-sul paranaense devastado por um tornado na noite de sexta-feira (7/11). Com cerca de 90% das edificações destruídas, o município vive uma das maiores tragédias climáticas da história recente do estado.
O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Valdez Góes, esteve na região acompanhado de uma comitiva federal, que inclui a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, o ministro interino da Saúde e o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil. A visita teve como objetivo avaliar os estragos e discutir novas medidas de apoio emergencial.
“No caso de um tornado, é mais difícil prever. O ciclone você monitora, mas o tornado não tem como você ter uma previsão do estrago que ele pode fazer. Então, a gente não pode diminuir os eventos. Mas nós podemos nos preparar mais e melhor, para lidar com eles e evitar que vidas sejam ceifadas”, afirmou Góes. O ministro destacou ainda que o país lançará, durante a COP30, o primeiro Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, elaborado em parceria com estados e municípios.
Com a publicação do decreto federal que reconhece o estado de calamidade em Rio Bonito do Iguaçu, o município passa a ter acesso direto a recursos federais para reconstrução de moradias, reposição de infraestrutura e envio de suprimentos essenciais, como medicamentos, água potável e colchões. A Defesa Civil Nacional também está autorizada a solicitar reforço de pessoal e equipamentos para a região.
O Ministério da Previdência anunciou, neste domingo (9/11) a antecipação de benefícios do INSS aos atingidos, enquanto o governo estuda liberar saques emergenciais do FGTS.
Ações emergenciais no Paraná
O governador Ratinho Junior (PSD) decretou estado de calamidade pública no sábado (8/11) e acompanha de perto o trabalho das equipes estaduais em Rio Bonito do Iguaçu. O governo estadual anunciou a liberação de R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap) para a reconstrução do município.
“Já decretei estado de calamidade para região, o que facilita e agiliza os atendimentos. Também já estamos com equipes da Fundepar fazendo levantamento das escolas destruídas. Nós faremos alojamentos provisórios para famílias que não têm onde se acomodar”, afirmou Ratinho Junior.
Um projeto de lei que altera as regras de repasse do fundo foi encaminhado à Assembleia Legislativa em regime de urgência. A proposta prevê o pagamento direto às famílias, com repasses de até R$ 50 mil para reconstrução das casas.
Logística e atendimento às vítimas
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) enviou no último sábado (8/11) um grande lote de insumos hospitalares à região. A operação, coordenada pela Casa Militar, envolveu seis aeronaves do governo estadual. Mil frascos de soro, mil unidades de Ringer e cerca de 14 mil itens hospitalares — entre ataduras, seringas e compressas — foram transportados de Curitiba até Guarapuava, e de lá seguiram em helicópteros para Laranjeiras do Sul, cidade que centraliza o atendimento às vítimas.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, acompanhou a chegada dos materiais. “O Paraná se mobilizou rapidamente para garantir que nenhuma unidade ficasse sem condições de atender. É um esforço conjunto que envolve logística, solidariedade e o compromisso de toda a rede de saúde com as famílias atingidas”, afirmou.
Desde sexta-feira até domingo, foram contabilizados 835 atendimentos médicos na região, sendo 32 pessoas ainda internadas, quatro delas em UTI, mas sem casos graves. De acordo com a Defesa Civil, 750 pessoas ficaram feridas e seis mortes foram confirmadas: cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava.
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Reconstrução e solidariedade
De acordo com o portal Bem Paraná, com as buscas encerradas na área urbana e a confirmação de que não há mais desaparecidos, as equipes concentram esforços no restabelecimento dos serviços essenciais. O Corpo de Bombeiros atua na reorganização do abastecimento de água e energia elétrica, além de coordenar a distribuição de alimentos e água potável.
Cidades vizinhas também têm enviado doações e voluntários. Hospitais da região recebem reforços de profissionais e insumos, enquanto prefeituras próximas disponibilizam maquinário para a limpeza das áreas mais afetadas.
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