
Enquanto o advogado Eric Douglas Martins Fidelis prestava depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quinta-feira (13/11), o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), anunciou em plenário ao depoente a prisão de seu pai, o ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Sem Desconto.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Segundo Gaspar, o ex-diretor havia enviado à CPMI um atestado médico alegando internação para justificar sua ausência na oitiva. André foi preso pela PF ainda nas primeiras horas do dia.
“O André Fidelis mandou um atestado dizendo que estava internado, fugindo desta CPMI. Se tivesse vindo prestar esclarecimentos, talvez não estivesse preso. Mas hoje ele foi preso. E isso, senhor Eric Fidelis, significa que a jornada de cadeia vai ser longa”, declarou o deputado.
O relator apelou ao depoente para que colabore com as investigações, afirmando que o pai está preso “por atos que passam diretamente pelo filho”.
“Como filho, eu prefiro entregar a minha cabeça ao meu pai, que hoje está no céu. Não é justo um pai ser preso pelas ações do filho. […] O senhor tem agora a chance de salvar o seu pai e esclarecer os fatos diante do Brasil”, afirmou Gaspar, em tom firme.
Durante a oitiva, Eric Fidelis recusou-se a responder a diversas perguntas, amparado por habeas corpus e seguindo orientação da defesa. Os parlamentares o questionaram sobre o volume atípico de movimentações financeiras, o recebimento de R$ 5,1 milhões de intermediários ligados ao INSS e a movimentação de mais de R$ 10,4 milhões entre 2023 e 2024 — valores considerados incompatíveis com sua atividade advocatícia. Gaspar também mencionou que o advogado chegou a receber auxílio emergencial durante a pandemia da covid, fato que o depoente optou por não comentar.
Segundo as investigações, o escritório de Eric Fidelis mantinha relações diretas com entidades que atuavam no esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões, que pode ter causado um prejuízo superior a R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.
O histórico de André Fidelis
O ex-diretor André Fidelis, preso nesta quinta, tem uma longa trajetória no INSS. Ele já ocupou superintendências regionais nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, foi chefe de gabinete do então ministro Garibaldi Alves (2014-2015) e voltou a cargos de destaque em diferentes gestões. Em 2022, reassumiu a Superintendência Regional do instituto, e no ano seguinte foi nomeado diretor de Benefícios pelo ministro Carlos Lupi.

Política
Política
Política
Política
Política
Política