Em meio a uma das fases mais tensas da relação entre o governo e o Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou um tom conciliador nesta quarta-feira (26/11) durante a cerimônia de sanção da lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Mesmo sem a presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), Haddad fez questão de citá-los nominalmente, atribuindo-lhes papel central na aprovação da proposta.
Durante o evento no Palácio do Planalto, o ministro destacou o empenho dos dois parlamentares na tramitação do projeto, aprovado em um momento de desgaste político entre as cúpulas do Legislativo e o governo.
“Queria cumprimentar o presidente Hugo Motta e o presidente Alcolumbre, agradecer muito o empenho dos dois na tramitação desse projeto. Sem que eles fossem diligentes com o tema, seria impossível celebrar este ano e implementar o imposto de renda zero a partir de janeiro do ano que vem”, afirmou Haddad.
O governo vive semanas de tensão com o Congresso, que reagiu mal a decisões recentes do Planalto — entre elas, a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), contrariando o desejo de Alcolumbre, que defendia a ida de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à Corte.
Governo quer esfriar os ânimos
Haddad, no entanto, buscou enviar uma mensagem de apaziguamento. “Queria dizer a eles que o Brasil precisa muito deles”, afirmou, reforçando a importância institucional dos dois presidentes para o andamento das pautas prioritárias do governo.
O ministro encerrou o discurso ressaltando publicamente a liderança de ambos em um contexto no qual o Planalto tenta reconstruir pontes.
