CONFUSÃO NA CÂMARA

Após retirada do Plenário, Glauber Braga diz que "vai lutar até o fim"

Parlamentar falou com a imprensa com o terno rasgado e criticou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela forma como conduziu a situação

Glauber se defendeu das acusações que embasam o pedido de cassação e disse estar sendo perseguido por sua atuação combativa. -  (crédito: Vanilson Oliveira/CB)
Glauber se defendeu das acusações que embasam o pedido de cassação e disse estar sendo perseguido por sua atuação combativa. - (crédito: Vanilson Oliveira/CB)

Em coletiva de imprensa realizada logo após um tumulto no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) afirmou nesta terça-feira (9/12) ter sido alvo de agressões físicas durante a ação da Polícia Legislativa que esvaziou o plenário da Câmara dos Deputados. Ele conversou com jornalistas com parte do terno rasgado. Segundo Braga, a ocupação da mesa do Plenário da Câmara ocorreu em protesto contra a votação do pedido de cassação do mandato.

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“Fui agredido, assim como outras deputadas e deputados que estavam ali comigo. Precisava disso? Precisava dessa violência? Eu só pedi o mínimo: que me tratassem com o mesmo respeito que tiveram com aqueles que sequestraram a mesa da Câmara por 48 horas”, declarou Glauber em coletiva de imprensa.

O parlamentar disse que a reação foi um ato de resistência e classificou o processo de cassação como parte de uma tentativa de silenciamento político. “O que está acontecendo agora é uma ofensiva golpista. Eles querem me calar, mas não vão conseguir. Hoje fazem isso comigo, amanhã farão com outras forças populares e democráticas”, afirmou.

Glauber também criticou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela forma como conduziu a situação. “Com os golpistas sobrou docilidade. Agora, com quem não entra no jogo deles, é porrada. Isso é uma mentira, essa história de equilíbrio entre forças diferentes”, disse.

Durante a ação de segurança, o sinal da TV Câmara foi cortado e jornalistas foram retirados do plenário, o que impediu a cobertura do episódio. Para o deputado, o apagão de informações simboliza o enfraquecimento da transparência institucional. “Nunca tinha visto cortarem o sinal da TV Câmara para que o povo não soubesse o que estava acontecendo dentro do Parlamento. Isso é grave. Isso fere a democracia”, afirmou.

Na fala, o psolista defendeu-se das acusações que embasam o pedido de cassação — o de ter agredido um militante do MBL dentro da Casa — e disse estar sendo perseguido por sua atuação combativa. “Me acusam de ter defendido a honra da minha mãe, de ter denunciado o orçamento secreto, de ter batido de frente com o todo-poderoso Arthur Lira. Me desculpem, mas isso não é motivo para cassação. É motivo de orgulho”, declarou.

O parlamentar também relacionou o avanço do processo contra ele à articulação para aprovar medidas que, segundo ele, favorecem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eles querem votar uma anistia que não é dosimetria, é perdão. Querem reduzir a pena de Bolsonaro para dois anos e manter os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro. Isso tudo faz parte de um mesmo pacote golpista”, afirmou.

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No fim da coletiva, Glauber, com a voz embargada, prometeu resistir. “Podem até caçar o meu mandato, mas que tenham certeza: até o último minuto eu vou lutar. Não é por mim. É pelas liberdades democráticas deste país.”

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Por Wal Lima
postado em 09/12/2025 19:34
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