O escritor Milton Hatoum afirmou, durante o programa Roda Viva dessa segunda-feira (8/12), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi “responsável por muitas mortes” durante a pandemia de Covid-19. Ao comentar o julgamento que levou à prisão definitiva do ex-presidente e de militares da cúpula do governo, o autor criticou a condução da crise sanitária e classificou a política adotada pela gestão anterior como “negacionista, imperdoável e inaceitável”.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
A declaração foi feita em questionamento da jornalista Vera Magalhães sobre o desfecho das investigações envolvendo Bolsonaro e oficiais das Forças Armadas, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Segundo Hatoum, a decisão da Corte funciona como um fechamento simbólico da trilogia O lugar mais sombrio, ambientada no período da ditadura militar.
“Eu vinguei amigos e amigas que foram presos e torturados. Alguns nem eram militantes. Eu também não era militante e fui detido duas vezes, apenas por lutar contra a censura e pela liberdade”, afirmou.
Saiba Mais
-
Diversão e Arte Globo de Ouro 2026: onde assistir aos indicados
-
Diversão e Arte Liniker lança música inédita em episódio do Tiny Desk Brasil
-
Política Governo Lula se posiciona contra PL da Dosimetria: "Retrocesso"
-
Política PSDB busca reconstrução e aposta no centro político para 2026
-
Política Oposição aposta na redução de penas após recuar de anistia
-
Política Eduardo Bolsonaro ultrapassa limite de ausências e pode perder o mandato
O escritor então relacionou passado e presente para criticar o manejo federal durante a pandemia. “Morreram setecentos mil brasileiros durante a Covid. Uma parte dessas pessoas poderia estar viva, se não fosse a política negacionista do governo anterior. Ele é responsável por muitas mortes nesse país. Isso é imperdoável, inadmissível, inaceitável. Só isso já o condenaria.”
Durante a pandemia da covid-19, a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro foi criticada diversas vezes. Além de ter subestimado a doença, Bolsonaro desestimulou a vacinação, posicionou-se contrário ao isolamento social, necessário à época para conter a propagação do vírus, além de ter defendido o uso de cloroquina para o tratamento da doença, medicamento sem eficácia comprovada.
O novo romance se passa na ditadura e, segundo o autor, funciona como uma resposta literária a quem defendeu o regime.
