
Silhuetas marcadas, tecidos leves e tiras elásticas. Sim, o vestido bandage está em alta novamente. A peça, febre dos anos 2000, era a queridinha de grandes ícones da época, como Cindy Crawford, Kim Kardashian, Rihanna e Paris Hilton. Apesar de ter ficado no fundo do guarda-roupa feminino por um tempo, as it girls das novas gerações estão interessadas pelo vestido-escultura.
O bandage ganhou popularidade por meio do estilista francês Hervé Léger, que apresentou diversas versões do vestido com tiras elásticas que modelavam o corpo, inclusive, peças minis, longas, estruturadas e com diferentes decotes. No entanto, a técnica foi oficialmente criada em 1985 pelo designer tunisiano Azzedine Alaïa, que inspirou-se nas múmias do Egito Antigo para produzir uma roupa que destacava as curvas femininas com tecidos leves, especialmente viscoses.
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Hoje, duas décadas depois, o vestido que era uniforme das celebridades em tapetes vermelhos e festas durante as décadas de 1990 e 2000, volta aos holofotes. A modelo e empresária Hailey Bieber exibiu um modelo da marca Saint Laurent no evento Fashion Trust U.S., em abril. Inspirada no memorável look que a própria mãe, Cindy Crawford, usou no Oscar de 1993, Kaia Gerber apareceu com uma releitura do bandage branco, originalmente assinado por Hervé Léger.
De acordo com a estilista Mayara Antunes, esse retorno pode ser explicado pela nostalgia que muitos sentem dessa época e pela constante busca por peças que realçam a silhueta. "A moda é cíclica, ela reaparece como uma forma de celebrar a confiança e a individualidade, especialmente em tempos de redes sociais, onde as pessoas querem se destacar", afirma.
Além do vestido conectar gerações e estar entre as tendências do momento, Mayara Antunes diz que o modelo se transformou em uma ferramenta de empoderamento. "A sensualidade aqui não é apenas sobre aparência, mas sobre como as mulheres se sentem ao usá-lo", ressalta. "Ver-se refletida em algo que realça sua beleza pode ajudar a derrubar inseguranças e celebrar o próprio corpo, promovendo uma relação saudável com a autoestima", acrescenta a estilista.
Nova interpretação
Para a consultora de imagem Larissa Kraskin, além de um símbolo de sensualidade, o vestido refletia a estética da época, em que a magreza era extremamente valorizada. Agora, apesar de as mulheres ainda associarem o bandage ao poder e à sensualidade, a peça tem sido reinterpretada. "Ele volta com uma leitura mais madura, mas ainda carrega esse desejo de se destacar e de afirmar uma imagem forte e confiante", afirma ela.
Atualmente, o bandage pode ser garimpado em brechós e sites de segunda mão, mas a técnica também tem sido explorada por marcas contemporâneas. Segundo Larissa Kraskin, as peças surgem de forma mais sofisticada e limpa, sendo associada a cores neutras. A própria Herve Leger é um exemplo disso, pois a label apostou na tendência na coleção Resort 2026, que apresentou peças com recortes modernos.
Muito além do universo fashion, o vestido também pode ser utilizado de forma mais despojada e urbana. No dia a dia, Mayara Antunes indica combiná-lo com um par de tênis e uma jaqueta oversized para um visual sexy, mas com um toque casual e divertido. "Brincar com acessórios pode dar um ar mais contemporâneo: uma bolsa estruturada ou um brincão podem transformar completamente a proposta", recomenda.
Já Larissa Kraskin, que também gosta da combinação do vestido com uma terceira peça, acredita que um blazer ou uma jaqueta mais estruturada ajudam a trazer equilíbrio, deixando o look mais atual. "É possível valorizar o corpo com elegância, sem exagero, e o resultado fica muito mais interessante quando a sensualidade vem com intenção."
Revista do Correio
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