
De brechós a feiras de antiguidade, garimpar é um termo muito comum no mundo da moda. Encontrar aquela peça de qualidade, com um bom preço, é o sonho daqueles que adoram gastar pouco e inovar de maneira consciente. Dentro de casa, essa realidade não é diferente. Entre esculturas e obras de arte, a decoração de segunda mão é uma ótima opção para levar criatividade e ousadia ao lar.
Esses itens com histórias — muitas vezes de outras pessoas — podem cair muito bem no estilo de interiores buscado pelos apaixonados por colecionar. Não obstante que, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 33% dos consumidores compraram produtos usados em plataformas virtuais nos últimos 12 meses. Entre as mercadorias mais procuradas, smartphones e eletrônicos são os mais pesquisados.
No entanto, a lista também mostra móveis de segunda mão como itens desejados. Isso, de alguma maneira, demonstra a mudança de postura do brasileiro quanto às compras de produtos usados. De acordo com o arquiteto Diego Aquino, quando o assunto é decorar o lar, muitos procuram por tapetes, quadros, esculturas e outras peças colecionáveis. Brechós, bazares e antiquários, para além do mundo virtual, são os melhores lugares para encontrar essas peças.
"Procure por esses itens em brechós especializados ou em garage sales — essas costumam ter peças únicas e com história", ressalta. Na hora de incorporar esses elementos à residência, o ideal é pensar, cautelosamente, na composição e no equilíbrio entre os objetos usados e aqueles obtidos pela primeira vez. Assim, quando essa harmonia aparece, uma área recheada de ousadia surge.
Na visão do especialista, itens novos e antigos devem conversar com a arquitetura e com o local onde serão colocados. "Na dúvida, agrupar de três a cinco itens ajuda a criar esse senso estético. Peças antigas, em sua maioria, são feitas de materiais nobres, como pedra e madeira. Aproveite essa história e crie um espaço de destaque, seja na prateleira da sala, seja no quarto", acrescenta.
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Estética e composição
Antiquários e plataformas on-line normalmente têm uma curadoria mais apurada com peças extremamente valiosas e com histórico relevante e, consequentemente, preços mais elevados. Na avaliação do arquiteto Rick Hudson, os brechós e bazares,
em contrapartida, são áreas em que muitos costumam ter um acesso mais facilitado de peças para pronta entrega e com mais variedade para atendimento.
O segredo para todo profissional ou entusiasta de utilização de peças de segunda mão é não ter preguiça de garimpar. "É sempre importante entender os itens que já existem no seu ambiente para fazer uma busca mais assertiva das mercadorias de segunda mão que vão complementar a decoração. Gosto muito de misturar estilos de produtos que datam de períodos completamente diferentes e se destacam por si só na sua diferença estética", destaca o especialista.
De certo modo, esse pensamento não só ajuda a valorizar uma peça em relação a outra, como também traz bastante personalidade para a composição dos ambientes. "Uma dica para quem vai começar a se aventurar no uso de peças de segunda mão é sempre buscar peças para criar algum elemento de destaque em meio às outras que já existem. Um quadro novo em uma parede ou mesmo uma poltrona de destaque numa mesa de jantar. Quem sabe uma escultura com uma iluminação focal em algum ponto de destaque do ambiente."
Começar criando pontos focais que chamam a atenção e agradam ao olhar é um bom exercício para desenvolver confiança ao criar as decorações. Contudo, fato é que as peças de segunda mão vão bem em qualquer espaço. Quanto maior a ousadia e a criatividade, mais segurança o comprador tem de inserir esses componentes dentro de casa, nos mais diversos cômodos, sejam eles quartos, salas, cozinhas e até varandas. "Lugares onde sua criação pode ser apreciada", completa.
Como comprar corretamente?
Para Rick Hudson, o ideal é começar analisando a estrutura e a qualidade do material de cada peça. "Verifique se existem selos ou etiquetas que confirmem as informações de origem dos produtos. Após isso, veja se será necessário algum tipo de reforma, colagem, pintura ou fixação antes de começar a negociar o valor da peça", reforça. Em muitos ambientes de compra de móveis de segunda mão, existem serviços de restauro que podem ser encomendados no próprio local. Dessa forma, o comprador já sai com a peça pronta.
Se a intenção da reforma do móvel for para venda, é importante considerar que o valor final do lucro da peça seja pelo menos o dobro daquilo que foi investido em sua reforma. De acordo com o arquiteto, qualquer peça de decoração precisa sempre ser avaliada pela sua função, mesmo que seja estética. Então, antes de adquirir uma mercadoria, entenda qual é a sua real intenção com ela.
"Isso acontece para entender se o valor e a necessidade de reforma do item se justificam para aquilo que o objeto vai oferecer. Peças assinadas por fábricas e designers conhecidos, e que possuam selos de garantia, sempre são certeza de um investimento que vai valorizar com o passar do tempo, justamente pela história e qualidade que os mesmos possuem", finaliza.
Lojas para garimpar
Peça Rara Casa Brasília, na 506 Sul (@pecararacasa)
Armazém de Achados, na 504 Bloco C loja 59 — Asa Sul (@armazemdeachados)
Mega Móveis Usados, na St. B Norte QNB 11 Lote 2 Loja 1 — Taguatinga
Antiquário Home Decor, CLN 111 Loja 21 — Asa Norte

Revista do Correio
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