ÁSIA

Caso Juliana Marins: entenda a tragédia em vulcão na Indonésia


Juliana Marins, de 26 anos, publicitária e dançarina de Niterói (RJ),foi encontrada morta nesta terça-feira (24/6) após cair de aproximadamente 300m de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia

Por Giovanna Sfalsin
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Queda

Na sexta-feira (20/6), a brasileira sofreu uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos vulcões mais altos da Indonésia. De acordo com informações repassadas à família, a jovem estaria sozinha no momento do acidente, após relatar cansaço e ter sido deixada para trás por um guia local

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No sábado (21/6), alguns turistas espanhóis que passavam pela região operaram um drone e conseguiram localizar juliana sentada em uma encosta íngrime. Este é o último registro visual da jovem. Poucas horas depois, com a chegada da noite e a intensificação do mau tempo, as equipes perdem contato visual com o ponto onde ela estava

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Difícil acesso

As buscas são iniciadas por equipes locais, mas enfrentam sérios desafios: o terreno é íngreme, o clima é instável e há neblina e chuva. As operações são interrompidas diversas vezes e não ocorrem durante a noite, por motivos de segurança

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No domingo (22/6), o governo local chegou a divulgar que Juliana havia sido resgatada e teria recebido água, agasalho e comida, mas a informação foi desmentida pela família. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota informando que o Itamaraty acionou autoridades indonésias em alto nível e que dois funcionários da embaixada brasileira foram enviados ao local

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A família de Juliana criou uma página no Instagram (@resgatejulianamarins) para mobilizar apoio. Eles informaram que dois montanhistas experientes da região se uniram voluntariamente à operação. Eles carregam equipamentos específicos e afirmam que não recuarão antes de localizá-la, inclusive durante a noite

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Nesta segunda-feira (23/6), a página oficial do Parque Nacional Gunung Rinjani publicou uma atualização afirmando que Juliana foi localizada através de um drone, cerca de 600m abaixo do nível da trilha, 'visualmente imóvel'. Inicialmente, ela havia sido localizada há 300 m

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Confirmação

Na terça-feira (24/6), as buscas retornaram. Depois de quase 90 horas, o Ministério das Relações Exteriores informou a morte de Juliana, cuja causa ainda é desconhecida. O corpo da jovem só foi resgatado da encosta na quarta-feira (25/6), devido às condições climáticas do local

AFP

Negligência

Após confirmação da morte, a família de Juliana disse que vai buscar justiça. 'Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7 horas, ela ainda estaria viva. Juliana merecia muito mais', disse a família, no Instagram. Além disso, eles consideram que houve omissão do guia que a deixou para trás

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Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate Local (Basarnas), o corpo dela foi encaminhado ao Hospital da Polícia Nacional da Indonésia. Ao Correio, o Itamaraty informou que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, é prestado orientações e apoio à família e cuidado com a expedição de documentos. Mas que o translado do corpo é decisão da família

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Luto

Manoel Marins, pai da jovem, fez duas publicações no Instagram em homenagem à filha. Na primeira ele compartilhou uma foto da jovem com a letra da música 'Pedaço de Mim', de Chico Buarque. Já na outra, destacou que a filha se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta o coração da família

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Ele afirmou também que a filha tinha uma imensa vontade de viver intensamente. 'Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito. E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso', disse.

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Indonésia

O Parque Nacional do Monte Rinjani publicou na quarta-feira (25/6), juntamente com o Ministério das Florestas da República da Indonésia, uma nota que lamenta a tragédia e presta condolência a familiares e amigos. 'Rinjani também está de luto; a natureza que ela amava testemunhou seus últimos passos. Adeus, Juliana, seus passos serão eternos com o universo', diz a nota

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Niterói

No Rio de Janeiro, a prefeitura de Niterói, decretou lutou oficial de três dias em publicação oficial. 'Cidadã niteroiense, sonhadora, cheia de vida, amante da natureza e das aventuras em sua própria cidade. Cujo resgate demorado e luto pela vida comoveram o Brasil', diz parte do documento. A prefeitura também anunciou uma homenagem à altura da publicitária

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Mochilão

A brasileira estava em viagem pela Ásia desde fevereiro e já havia passado por países como Vietnã, Tailândia e Filipinas. A trilha do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, é uma das mais difíceis da Indonésia. O percurso dura, no mínimo, dois dias e uma noite, com trechos íngremes, escorregadios, cobertos por poeira e com visibilidade limitada

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Em um post recente no Instagram, enquanto fazia viagem a Filipinas, Juliana postou um carrossel de fotos em seu perfil e na legenda escreveu 'há 36 dias saí do Brasil sozinha pra viver esse mochilão. to vivendo devagar e sem muitos planos. improvisando e deixando a vida acontecer.'

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Em outra publicação no dia 29 de maio, em viagem ao Vietnã, Juliana reafirmou o sentimento que é viver a vida imprevisivelmente. 'fazer uma viagem longa sozinha significa que o sentir vai sempre ser mais intenso e imprevisível do que a gente ta acostumado. e ta tudo bem. nunca me senti tão viva'

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