Crime Hediondo

Influencer preso em Fortaleza teria cometido série de estupros

Autuado em flagrante pelos crimes de estupro, roubo e extorsão, influencer teria cometido crimes sexuais com ao menos sete mulheres

"Para dificultar a identificação ele costumava usar veículos diferentes durante as abordagens. Em algumas delas ele estava de carro, em outra de bicicleta e até de moto", relatou o delegado - (crédito: Divulgação/PCCE)
postado em 27/02/2024 20:36 / atualizado em 27/02/2024 20:36

A Polícia Civil do Ceará prendeu em flagrante, no último sábado (24/2), um influenciador digital suspeito de praticar pelo menos sete crimes de estupro contra mulheres cearenses com idades entre 15 e 40 anos. Criminoso reincidente, Thiago Ferrari, de 35 anos, foi capturado no centro da capital do estado, após sete dias de ações de inteligência da PCCE.

Os crimes sexuais ocorreram a partir do dia 18 de fevereiro, nos bairros Barra do Ceará, Montese e Itaoca, na capital; no Cumbuco, em Caucaia e na cidade de Tauá. Das sete vítimas, segundo a PCCE, duas eram mãe e filha. A denúncia delas teria dado origem às investigações.

Os oficiais utilizaram os celulares das vítimas, roubados pelo criminoso, para rastreá-lo. "Ele pedia para tirar algumas fotos das vítimas e, com a consumação do ato, ele levava os celulares dessas vítimas. A partir do rastreamento desse celular a gente pôde fazer o trajeto de onde ele deixou esse celulares e onde ele estava circulando. Com o celular, foi observado que ele deixou esses celulares provavelmente em uma feira e aí, com as imagens, ele vem em direção ao bairro Centro, e foi justamente quando começaram as campanas diárias dos agentes", explicou a delegada Raquel Moreira.

Modus operandi

Com mais de 90 mil seguidores em seu perfil do Instagram, o influenciador e autointitulado empreendedor observava as vítimas na rua antes de abordá-las. Segundo a PCCE, ele abordou as vítimas usando uma balaclava e um simulacro de pistola. Thiago ameaçava as vítimas alegando pertencer a uma facção criminosa, obrigando-as a realizar transferências via Pix, além de roubar seus celulares.

As vítimas eram, então, obrigadas a entrar em casa, onde o criminoso cometia a violência sexual ainda vestindo a balaclava, às vezes em frente aos familiares dessas mulheres. Ferrari utilizava diversos veículos, incluindo bicicletas, para escapar após os crimes.

"Ele abordava as vítimas de forma aleatória, no portão da casa delas e ameaçava dizendo que estava armado e era membro de uma facção criminosa. Depois da violência sexual, ele chegava a tirar foto e roubava o celular da mulher", disse o delegado Valdir Cavalcante de Paula Passos, titular da delegacia do 5º Distrito Policial.

"Para dificultar a identificação, ele costumava usar veículos diferentes durante as abordagens. Em algumas delas ele estava de carro, em outra de bicicleta e até de moto", relatou o delegado.

A Polícia suspeita que as transferências via Pix que o influenciador obrigava as vítimas a fazer seriam moeda de troca para que ele não divulgasse imagens íntimas feitas por ele durante os estupros.

Além disso, os oficiais acreditam que o influenciador teria atuado na venda de veículos fraudados, popularmente conhecidos como “veículos de estouro”.

"Conseguimos apreender diversos objetos na casa dele como roupas, balaclava e outros equipamentos. Também vamos averiguar se ele também praticava esses crimes em meio virtual", disse Valdir Passos.

Ainda segundo as investigações, há indícios de que pelo menos outras 13 mulheres tenham sido vítimas do homem, incluindo mais adolescentes.

Natural de Minas Gerais, Ferrari tem antecedentes pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, crime contra a dignidade sexual, violação de domicílio e furto, em outros locais do país. Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de estupro, roubo e extorsão e conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza.

Em 2022, chegou a ser preso em Fortaleza pelo crime de importunação sexual.

O Correio tentou contato com a defesa do suspeito, mas não conseguiu contato. A reportagem disponibiliza espaço para que uma manifestação seja feita.

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

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