INFRAESTRUTURA VIÁRIA

Ponte na BR-364, em Rondônia, passa por obras estruturantes e será ampliada até 2026

Obra custará R$ 48 milhões e será dividida em duas fases; a primeira etapa será concluída ainda em 2025 pela empresa que assumiu a concessão da rodovia

Ponte sobre na BR364 está passando por obra reestruturante que será concluída ainda 2025, segundo o CEO da Concessionária Nova 364 Wagner Martins  -  (crédito: Divulgação Nova 364)
Ponte sobre na BR364 está passando por obra reestruturante que será concluída ainda 2025, segundo o CEO da Concessionária Nova 364 Wagner Martins - (crédito: Divulgação Nova 364)

A ponte sobre o rio Candeias, na BR-364 em Candeias do Jamari (RO) que, segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RO) corria risco de colapso, está passando por uma obra reestruturante e será alargada para garantir mais segurança e trafegabilidade. A rodovia é uma das mais importantes para a escoação de grão no país e compõe o Arco Norte, uma estratégia logística de fortalecimento das rotas de transporte da produção agrícola do Norte do país. O risco estrutural na ponte fez com o que trânsito ficasse em dinâmica de siga e pare por seis meses, prejudicando a população local e o tráfego de caminhões. 

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

A obra está sendo executada em duas etapas pela concessionária Nova 364, que assumiu a gestão de um trecho de 686,7 Km na BR-3647 entre Porto Velho e Vilhena (RO). A primeira parte da obra tem previsão de conclusão para 2025 e a segunda parte, que inclui a ampliação da pista a transformação da estrutura em uma ponte esteiada deve ficar pronta em 2026. 

Os detalhes da obra foram divulgados pelo CEO da concessionária, Wagner Martins, em entrevista ao Correio

Obra da ponte sobre o rio Candeias na BR-364

A obra da ponte sobre o rio Candeias, na BR-364, está sendo realizada pela concessionária Nova 364 a partir de um acordo de cooperação da empresa com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e custará R$ 48 milhões. Wagner Martins, CEO da Nova 364, afirma que no estudo prévio apresentado pelo governo federal não constava a condição de risco da ponte em questão, mas após uma análise dos impactos, a empresa resolveu assumir a obra. 

Martins explica que a ponte foi construída em 1969, pelo Exército Brasileiro e, em função do aumento da carga das carretas a estrutura da ponte precisa ser reforçada para aguentar a demanda. "O DNIT tinha uma previsão de fazer em 1 ano essa obra. Só que a concessionária percebeu que o impacto que essa ponte traz na fluidez do tráfico é muito grande. Então a gente resolveu assumir e traçamos um plano de ação para concluir a primeira fase, ainda esse ano, para voltar a fluidez do tráfico", pontua o CEO da Nova 364.

Após essa fase, a empresa começará a obra de alargamento da ponte, que prevê aumento da pista de 10 para 16 metros, além da construção de uma faixa de pedestres e uma ciclovia. Nessa etapa também será composta a estrutura estaiada da ponte que garantirá mais suntentabilidade, menor impacto ambiental e também tempo de construção reduzido. Wagner Martins afirma que a concessionária tem expertise na elaboração e manutenção desse tipo de construção.

CEO Wagner Martins detalha obras e benfeitorias que serão realizadas na BR-364 entre Porto Velho e Vilhena
CEO Wagner Martins detalha obras e benfeitorias que serão realizadas na BR-364 entre Porto Velho e Vilhena (foto: Divulgação Nova 364)

Benfeitorias previstas para BR-364 após concessão

O consórcio 4UM/Opportunity que compõe a Concessionária de Rodovia Nova 364 S.A assinou contrato com o governo federal em 18 de julho de 2025 e realizou a última formalidade para assumir a gestão da rodovia essa semana com a assinatura do termo de arrolamento. Ao longo dos 30 anos de concessão a empresa deverá realizar benfeitorias no trecho entre Porto Velho e Vilhena e poderá fazer a cobrança de pedágio no trecho delimitado. 

Segundo Wagner Martins, entre as benfeitorias previstas no contrato estão 

  • 107 quilômetros de duplicação de vias
  • 190 quilômetros de construção de terceira faixa
  • 34,5 quilômetros de acesso ao porto de grãos
  • 3 pontos de parada de descanso para caminhoneiros
  • 14 bases operacionais ao longo da rodovia, sendo uma unidade a cada 50 quilômetros
  • Instalação de câmeras de segurança ao longo da rodovia 

Além das obras estruturantes, Martins destaca a oferta de um pacote de serviços previsto no contrato e terá prestação obrigatória para toda população que trafegar pela rodovia. No total, serão construídas 14 bases operacionais que contarão com ambulância, caminhão pipa, caminhão guincho e equipe de socorro e resgate de plantão que deverá realizar os atendimentos de urgência em poucos minutos. 

"Toda base tem uma ambulância, tendo uma ocorrência de um acidente, o nosso cliente comunica a concessionária e nós temos um prazo de 20 minutos para a ambulância chegar e fazer o primeiro atendimento. O atendimento pré-hospitalar, será 24 horas por dia, de domingo a domingo. Nós também vamos ter um veículo de inspeção 24 horas na rodovia. Se você tá trafegando e o carro acabou a bateria, deu um problema, furou um pneu, você aciona concessionária e a concessionária tem até 20 minutos para fazer esse atendimento de socorro. Se é um problema de alguma coisa que ele consegue resolver na hora, resolve e você segue a viagem. Se não, a gente aciona o guincho", detalhou. 

Um outro aspecto que poderá ampliar a oferta de direitos para a população da região é a garantia de conectividade. Martins explica que a concessionária é obrigada a prover internet 4G ao longo da BR364 e, para isso, uma parceria foi fechada com a operadora Vivo. A previsão é que até julho do ano que vem toda a rede esteja pronta. 

Cobrança de Pedágio na BR-364 após concessão

Para garantir a sustentabilidade da empresa e manutenção plena dos serviços prestados, a concessionária é autorizada a cobrar pedágio dos motoristas que trafegam pela rodovia. Segundo Martins, a cobrança será de 19 centavos por quilômetro rodado e a forma de realizar esse pagamento é mais uma inovação para a região. Sem praças de pedágio, o sistema free flow realiza cobrança automática do motorista que passa pelo pórtico. Ao longo da rodovia — entre Porto Velho e Vilhena (RO) — serão sete pórticos de cobrança de pedágio e o motorista poderá cadastrar um cartão de crédito para que a cobrança seja automática. Além disso, também será possível fazer a emissão dos boletos pelo site ou aplicativo da concessionária, ou ainda solicitar pessoalmente em um dos 14 postos de atendimento ao longo da rodovia. 

Caso o motorista não busque nenhum dos canais de atendimento, ele será notificado pelos correios, e por fim, se ignorar a cobrança a informação será encaminhada para as autoridades policiais que deverão aplicar multa por evasão de pedágio. 

"Avaliando o perfil de tráfico da região tem muito caminhão, muita carreta. O estado de Rondônia é muito pujante no agronegócio. Até recentemente teve uma apresentação do ministro Renan Filho na Câmara dos Deputados, onde ele cita um dado interessante. Que o arco norte aumentou a presença da da exportação de grãos. Ele passou de 26% em 2017 para 38% em 2024. E tem muito potencial ainda de áreas a serem convertidas de pecuária para para para agricultura. Ou seja, é um corredor logístico importante e com um tráfego pesado. Pensando nisso, o que que a concessionária adotou visando não só a melhoria na fluidez, mas uma questão ambiental e uma questão de segurança também. Nós vamos implamantar um sistema que chama Free Flow. É um sistema depedágio, muito utilizado na Europa, nos Estados Unidos, aqui na América na América Latina. É um pórtico com câmeras e sensores. Então, o cliente vai passar por esse pórtico sem precisar reduzir a velocidade", explicou.

Os sete pórticos serão instalados em intervalos de aproximadamente 100 quilômetros e o trajeto entre a capital Porto Velho e a cidade vizinha, Candeias do Jamari — considerada uma cidade dormitório já que muitos moram em Candeias e trabalham em Porto Velhonão terá cobrança de pedágio. 

Impacto na geração de empregos e renda

A previsão da Nova 364 é que, ao longo dos 30 anos, a concessionária gere 140 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, existe uma estimativa de recolhimento de R$50 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS). Esse tributo é pago aos municípios e será dividido entre as cidades que margeiam a BR-364. 

"Eu já estive pessoalmente visitando 80% dos prefeitos ao longo dessa rodovia e a gente conversando com os prefeitos —  os municípios são bem pequenininhos — e teve prefeito que falou 'Wagner, o percentual de ISS que vocês vão contribuir vai dobrar o ISS do município. Então, para além de tudo isso, tem esse esse esse benefício também que a receita que os municípios terão com o ISS arrecadado proveniente do pedágio", complementou.

  • Google Discover Icon
postado em 22/08/2025 15:29 / atualizado em 22/08/2025 15:58
x