SAÚDE PÚBLICA

OMS reconhece o fim da transmissão do HIV de mãe para filho no Brasil

O reconhecimento da OMS destaca as políticas públicas de saúde e a efetividade do SUS no combate à transmissão do HIV de mãe para filho

Segundo o ministro Alexandre Padilha, o reconhecimento internacional se dará formalmente nesta semana -  (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
Segundo o ministro Alexandre Padilha, o reconhecimento internacional se dará formalmente nesta semana - (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão vertical do HIV, da mãe para o bebê, como problema de saúde pública. A informação foi divulgada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na segunda-feira (15/12) durante o programa Bom Dia, Ministro, exibido no CanalGov

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Segundo o chefe da pasta, o reconhecimento internacional se dará formalmente nesta semana, quando representantes da Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e da OMS visitarão o país para entregar a certificação ao governo brasileiro. 

Padilha ressaltou que o feito é resultado de décadas de políticas públicas e da atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para a oferta de testes rápidos nas unidades básicas de saúde, acompanhamento pré-natal de gestantes e o acesso a medicamentos antirretrovirais para gestantes com HIV. 

“Isso significa que o Brasil conseguiu eliminar a transmissão graças ao SUS, aos testes rápidos, ao pré-natal e ao tratamento disponível pelo SUS”, afirmou o ministro. 

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O ministro também lembrou que, em décadas passadas, o país mantinha iniciativas filantrópicas para abrigar crianças que haviam nascido com HIV e perdido os pais em decorrência da aids, realidade que, segundo ele, hoje não existe mais no Brasil. 

Antes da adoção ampla de políticas de prevenção e do acesso universal aos antirretrovirais, a transmissão do HIV de mãe para filho representava um dos principais desafios da epidemia no Brasil. Estimativas do Ministério da Saúde e de organismos internacionais indicam que, sem qualquer intervenção, o risco de infecção do bebê variava entre 15% e 30%, podendo ocorrer durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Com a implementação progressiva do pré-natal universal, da testagem rápida para HIV, do acompanhamento das gestantes e do tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), essas taxas começaram a cair de forma consistente a partir dos anos 2000. Nos últimos anos, o Brasil passou a registrar taxa de transmissão inferior a 2% e incidência abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos, patamares que atendem aos critérios da Organização Mundial da Saúde para a eliminação da transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública.

O país apresentou um dossiê à OMS com dados do SUS em julho, abrindo caminho para o reconhecimento internacional da eliminação da transmissão vertical do HIV.

 

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postado em 16/12/2025 11:00
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