
O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, determinou que o padre Júlio Lancellotti interrompa temporariamente as atividades nas redes sociais e deixe de transmitir missas ao vivo. A decisão também abre a possibilidade da saída de Lancelotti da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, onde o religioso atua há mais de quatro décadas.
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Segundo Lancelotti, a determinação foi apresentada como uma medida de “recolhimento e proteção”. “Dom Odilo me pediu para dar um tempo. Ele acha que é uma forma de recolhimento e de proteção”, afirmou o padre a coluna Mônica Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, acrescentando que, diante da decisão, lhe cabe “apenas obedecer”.
O anúncio da suspensão das transmissões foi feito pelo próprio Lancelotti durante a missa de domingo (14/12), que ainda estava sendo exibida ao vivo. A partir daí, a notícia se espalhou rapidamente por grupos de padres e religiosos em aplicativos de mensagens, provocando intensa repercussão interna na Igreja.
Reconhecido nacionalmente por seu trabalho pastoral junto à população em situação de rua, o padre é alvo frequente de ataques de parlamentares e grupos políticos de direita, especialmente ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre). Na ofensiva mais recente, o deputado federal Junio Amaral (PL-MG) publicou um vídeo nas redes sociais dizendo ter levado à Embaixada do Vaticano um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas pedindo o afastamento do religioso de suas funções.
- Leia também: "Meu maior medo é não ter esperança", diz Padre Júlio Lancellotti em entrevista ao Correio

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