VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Rio de Janeiro registra três feminicídios no feriado de Natal

Em pouco mais de 24 horas, ao menos três mulheres foram assassinadas na capital e na Região Metropolitana; Polícia Civil investiga os casos

Crimes ocorreram entre a véspera e o dia de Natal, em diferentes bairros do estado -  (crédito: pacifico)
Crimes ocorreram entre a véspera e o dia de Natal, em diferentes bairros do estado - (crédito: pacifico)

A véspera de Natal e o feriado de 25 de dezembro foram marcados por uma sequência de mortes violentas de mulheres no Rio de Janeiro. Em um intervalo de pouco mais de 24 horas, ao menos três mulheres foram assassinadas em diferentes pontos da capital e da Região Metropolitana. Conforme apurado pelo Correio, a Polícia Civil trata os casos como possíveis feminicídios e investiga as circunstâncias e responsabilidades de cada crime.

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O primeiro caso ocorreu na quarta-feira (24/12). Sabina Saron Camilo Mates foi encontrada morta dentro de casa, no Centro do Rio de Janeiro. O corpo apresentava marcas de facadas. Policiais foram acionados inicialmente para atender a uma ocorrência de incêndio no imóvel, mas, ao chegarem ao local, constataram que não havia sinais de fogo nem queimaduras na vítima. A autoria e a motivação do crime seguem sob investigação.

No dia seguinte, quinta-feira (25/12), outra mulher foi morta em Mangaratiba, na Costa Verde. Thamires Galvão Marques da Silva foi encontrada sem vida na Praia do Saco, vítima de disparos de arma de fogo. De acordo com a polícia, o principal suspeito é o companheiro da vítima, que fugiu antes da chegada dos agentes. A área foi isolada para perícia, e o caso está sendo apurado.

Ainda no dia de Natal, a Polícia Militar atendeu uma ocorrência de violência doméstica em Inhoaíba, na Zona Oeste da capital. A vítima foi esfaqueada, chegou a ser socorrida e levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a PM, o companheiro da mulher é apontado como suspeito do crime. Ele foi agredido por vizinhos após o ataque e encaminhado a um hospital, onde permanece em observação. A investigação está a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

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Em nota enviada ao Correio, a Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Cuidados (SPM-Rio), manifesta "profundo pesar pelos casos de feminicídio registrados entre 24 e 25 de dezembro, na capital e na Região Metropolitana. Cada perda reforça a urgência de ações contínuas de prevenção, acolhimento e enfrentamento à violência de gênero."

Segundo o comunicado, a SPM-Rio “atua por meio de permanente, inclusive em períodos de maior vulnerabilidade social, como as festas de fim de ano, mantendo ativa a maior rede municipal de proteção às mulheres do país".

Ainda de acordo com a Secretaria, mais de 1 milhão de mulheres já foram amparadas pelos programas oferecidos. São eles: Abrigo Sigiloso, destinado a mulheres em risco iminente de morte; Casas da Mulher Carioca, Salas da Mulher Cidadã, Centros Especializados de Atendimento à Mulher (CEAMs), Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (NEAMs) e Núcleos Especializados de Atendimento Psicoterapêutico (NEAPs), que oferecem atendimento jurídico, psicológico, psicoterapêutico e social de forma integrada, gratuita e territorializada.

Como parte das ações específicas para o período de Réveillon, a SPM-Rio informa que estará com equipes de apoio especializadas, compostas por profissionais capacitadas para oferecer acolhimento e suporte imediato em situações de violência ou assédio durante os eventos de grande público. Além disso, será realizada a adesivação dos banheiros com a campanha Rio+Seguro para Mulheres, contendo QR Codes que direcionam para o site mulher.rio, facilitando o acesso rápido à informação, orientação e à rede de proteção disponível na cidade.

A plataforma mulher.rio funciona como porta de entrada digital da rede, orientando mulheres sobre sinais de violência e indicando os serviços disponíveis no município. “A SPM-Rio reforça que o enfrentamento à violência contra as mulheres exige políticas públicas permanentes, presença ativa nos territórios e atuação integrada entre os poderes e a sociedade. A Secretaria segue monitorando os casos, fortalecendo sua rede e ampliando ações de prevenção, com o compromisso de agir antes que a violência chegue ao seu desfecho mais extremo”, conclui. 

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postado em 26/12/2025 15:26 / atualizado em 26/12/2025 17:52
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