
Aos 82 anos, Roger Abdelmassih voltou ao centro de uma disputa judicial que envolve o cumprimento da pena. Condenado a mais de 173 anos de prisão por estupros cometidos contra pacientes, o ex-médico teve a defesa mobilizada novamente para tentar levá-lo ao regime de prisão domiciliar. Ele está preso na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior paulista, e o pedido ainda será analisado pela juíza responsável pelo caso.
A estratégia da defesa começou a ser apresentada em novembro e foi reforçada neste mês de dezembro. O argumento central é o agravamento do estado de saúde do detento, sustentado por laudos médicos que indicam risco iminente de morte súbita. Os advogados afirmam que a permanência no sistema prisional representa uma ameaça concreta à vida de Abdelmassih.
Os relatórios médicos anexados ao processo descrevem um quadro clínico complexo. Abdelmassih convive com cardiopatia isquêmica grave, insuficiência cardíaca, hipertensão, histórico de infarto e acidente vascular cerebral recente. Também constam nos laudos diagnóstico de HIV, broncopatia, depressão e câncer de próstata. Segundo os documentos, ele já está incluído em cuidados paliativos.
Exames mais recentes apontam novas obstruções importantes nas artérias coronárias e um risco elevado de arritmias. Os médicos alertam para a possibilidade de implantação de marcapasso e não descartam a ocorrência de morte súbita. Com base nisso, a defesa sustenta que o sistema penitenciário não dispõe de estrutura adequada para lidar com emergências médicas de alta complexidade, especialmente cardiovasculares, citando relatórios oficiais que indicam limitações no atendimento hospitalar dentro das prisões.
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Considerado durante anos um dos nomes mais influentes da reprodução humana no Brasil, Abdelmassih foi condenado em novembro de 2010. Apesar da sentença, ele não foi preso de imediato, pois um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça lhe permitiu responder em liberdade.
A situação mudou em janeiro de 2011, quando o habeas corpus foi revogado após a Justiça identificar uma tentativa de renovação de passaporte, interpretada como indício de possível fuga. No mesmo ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo cassou definitivamente o registro profissional, encerrando a atuação na medicina. Com a prisão decretada e sem que ele se apresentasse, Abdelmassih passou a ser considerado foragido, sendo localizado e preso apenas em 2014, no Paraguai.
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