Carnaval

Festa sem riscos: prevenção é a palavra-chave para um carnaval seguro

Especialistas dão dicas para quem quer cair na folia sem ser surpreendido com uma infecção sexualmente transmissível

IST carnaval DST camisinha prevenção -  (crédito: Caio Gomez)
IST carnaval DST camisinha prevenção - (crédito: Caio Gomez)
postado em 11/02/2024 06:00 / atualizado em 14/02/2024 13:42

Carnaval é tempo de muita diversão e também de proteção. De acordo com a Secretaria da Saúde do Distrito Federal (SES-DF), é nesta época do ano que aumenta o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como herpes, mononucleose (doença do beijo), candidíase oral (sapinho), gripe, hepatites B e C, sífilis, HIV ou covid. Então, é preciso estar atento com o compartilhamento de itens pessoais, como copos, garrafas, talheres ou alimentos. Em caso de relação sexual, o uso do preservativo é a melhor forma de aproveitar as festas com segurança.

Foi no período do carnaval que o estudante J. P., 22 anos, contraiu doença do beijo. A infecção é causada pelo vírus Epstein-barr, que invade o organismo pelas células que revestem o nariz e a garganta, afetando o sistema imunológico. "Achei que estava gripado, porque, do nada, os gânglios incharam", conta o jovem.

Mas não era uma simples gripe. Ele foi internado e tratado com antibiótico. O jovem recorda-se que não conseguia ficar em pé de tanta moleza no corpo.

A mononucleose é uma das várias doenças transmitidas pela saliva, assim como a candidíase oral, herpes simples, gripe e covid.

A dentista Mariana Folha, 40, explica que a infecção pode agir de duas formas no organismo: de maneira assintomática, quando o indivíduo a contrai, mas não apresenta nenhum sinal clínico, ou sintomática, podendo apresentar febre, dor na garganta, inflamação nos gânglios, dificuldade ao deglutir e tosse.

G. M. Z, 23, diz que, em um carnaval, desenvolveu muito pus (abscesso) na garganta e também foi medicado com antibiótico. "Fui todos os dias de carnaval, aí me deu esse pus. Para completar, fiquei gripada."

No Distrito Federal, a sífilis, que ocorre via contato sexual, é a IST mais transmitida, de acordo com a SES-DF. A pasta firmou parceria com os organizadores dos blocos para a disponibilizar preservativos externos, internos e gel lubrificante, durante a festa. O folião também terá acesso à testagem rápida nas unidades básicas de saúde (UBSs) e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento, na 508/509 Sul.

Cuidados

A palavra-chave para quem quer se divertir com segurança é prevenção. "As vacinas protegem contra inúmeras doenças virais, minimizando os sintomas e as comorbidades", orienta a cirurgiã dentista Mariana Folha. Uma atitude simples e eficaz, além de não compartilhar objetos de uso pessoal, "é evitar muitos parceiros nas paqueras", acrescenta.

André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, reitera que, para curtir o carnaval com tranquilidade, são necessários cuidados como os citados e, ainda, fazer testes para ISTs com regularidade e obter tratamento no momento adequado. Como medida de prevenção medicamentosa, o especialista cita a profilaxia pré-exposição ao HIV, a PrEP, utilizada quando a pessoa sabe que terá relação sexual. O método permite que o organismo esteja preparado para enfrentar um possível contato com o vírus.

Outra possibilidade mencionada por André é a profilaxia pós-exposição (PEP), com o antibiótico doxiciclina, que busca evitar infecções por sífilis, clamídia e gonorreia. "O método possui medidas e doses específicas para o uso, e precisa ser com orientação médica. Além disso, o paciente deve ser rastreado anteriormente para essas infecções, a fim de ter um tratamento adequado", completa.

A indicação clínica para aqueles que já se expuseram ao risco é procurar imediatamente por uma avaliação médica. "A busca deve ser feita em até, no máximo, 72 horas após a exposição, de preferência nas primeiras horas, pois, quanto antes começarem as profilaxias, menor a chance de infecção", aconselha o médico.

*Estagiárias sob a supervisão de Márcia Machado

 


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