Entrevista

"Quero Justiça", diz maquiadora do DF baleada na Chapada dos Veadeiros

Jully da Gama Carvalho segue em recuperação, após ser alvejada na cabeça. Ela deverá ser internada nos próximos dias para recuperar os movimentos e a cognição. O bombeiro autor dos disparos permanece preso

A maquiadora segue em recuperação, após ser alvejada na cabeça. -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
A maquiadora segue em recuperação, após ser alvejada na cabeça. - (crédito: Reprodução/Redes sociais)
postado em 21/02/2024 16:20 / atualizado em 21/02/2024 22:51

A maquiadora Jully da Gama Carvalho, 30 anos, baleada na cabeça pelo bombeiro do DF Andrey Suanno Butkewitsch, 40, após uma discussão em um bar, em Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, em 28 de janeiro, pediu para que a Justiça seja feita após ela sofrer a tentativa de homicídio.

Ao Correio, Jully contou que está sendo bastante difícil a recuperação, porque o noivo dela precisou deixar o trabalho para cuidar dela e dos três filhos. “Está sendo muito complicado. Ele teve que parar de trabalhar. Estou usando fralda e medicamentos todos os dias”, disse.

“Ninguém da parte dele me procurou para dar uma assistência, nem mesmo para dar uma satisfação. Eu só quero Justiça e buscar os meus direitos”, contou. “Tenho três crianças e os custos aumentaram absurdamente. Eu choro todas as noites. Não consigo trabalhar porque mal estou conseguindo enxergar. Eu quero Justiça”, frisou Jully à reportagem.

A maquiadora terá que iniciar reabilitação intensiva e, por isso, ficará internada entre 15 a 30 dias, para que possa recuperar os movimentos e a cognição. A família crê que Jully ficará totalmente boa entre seis meses a três anos. A jovem levou 16 pontos na cabeça. A família da maquiadora abriu uma vaquinha para ajudar nos custos do tratamento

Indiciado

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) indiciou o sargento, na última semana, por quatro tentativas de homicídio. O inquérito policial foi remetido, na quarta-feira (14/2), ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e está sob os cuidados da Promotoria de Justiça de Alto Paraíso. O promotor do caso irá avaliar o indiciamento e analisar se apresenta ou não a denúncia.

O amigo de Andrey, preso junto com ele durante o caso, o advogado Sandro Fleury Batista, também foi indiciado pela polícia por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

As investigações conduzidas pela PCGO revelaram que o sargento chegou ao bar acompanhado do amigo. Andrey estava na fila do estabelecimento para efetuar o pagamento e estaria olhando para a Jully, o que incomodou o noivo da jovem. O homem, então, resolveu tirar satisfação com Andrey e os dois iniciaram uma luta corporal.

Após o término da briga, Jully, acompanhada do noivo e de outros dois amigos, saíram do local, em direção ao local onde estavam hospedados. Com os quatro dentro do carro, Andrey dirigiu-se até o veículo da vítima, pegou a arma e disparou contra o vidro traseiro do carro, acertando a nuca da maquiadora.

O bombeiro deixou o local acompanhado de um amigo, o advogado identificado como Sandro Fleury Batista, mas foram encontrados na mesma rua, por policiais militares. Na delegacia, Andrey confessou que houve a discussão e disse ter atirado na intenção de intimidar os envolvidos, mas não para atingir a vítima.

O Correio procurou a defesa dos dois réus, que afirmaram que não tiveram acesso ao material produzido pela PCGO. Andrey permanece preso.

Exoneração

Em 29 de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) exonerou o sargento, que estava cedido ao órgão. O advogado amigo de Andrey, Sandro Fleury, está em liberdade provisória, após ter pago R$ 14,1 mil à Justiça. Sandro cumpre algumas medidas, como a proibição de contato com a vítima, familiares e testemunhas do processo (incluindo funcionários do bar) e de retornar à Alto Paraíso de Goiás.

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