CB. Debate

Dengue pode causar complicações neurológicas em casos mais graves

Neurologista do Hospital Sírio-Libanês, Luciana Barbosa falou, durante o CB. Debate nesta quinta-feira (29/2), sobre os possíveis sintomas neurológicos da doença

Comprometimento neurológico pode ocorrer durante a recuperação, segundo a neurologista -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Comprometimento neurológico pode ocorrer durante a recuperação, segundo a neurologista - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
postado em 29/02/2024 14:42

Em sua participação no CB. Debate Dengue, uma luta de todos, promovido pelo Correio Braziliense, a coordenadora do Serviço de Neurologia do Hospital Sírio-Libanês, Luciana Mendonça Barbosa, falou das possíveis complicações neurológicas causadas pela dengue.

Ela destaca que o aumento muito grande de casos da doença faz com que esses tipos de sintomas apareçam mais. “Embora sejam raros, a gente tem visto alguns casos de comprometimento neurológico por conta da dengue, que normalmente são associados à dengue grave. São pacientes em contexto hospitalar e, quando eles não estão, é indicado que sejam internados e monitorizados”, explica Barbosa.

Segundo a médica, é preciso ter atenção a alguns sintomas, como quadros de confusão e sonolência e crises epilépticas. Outro aspecto apontado por Luciana é que sintomas como esses ocorrerem durante a recuperação da dengue, cerca de uma ou duas semanas após os primeiros sintomas, quando o paciente pode começar a ter alterações visuais e de sensibilidade que podem evoluir para fraqueza muscular. Em todos os casos, a recomendação é a procura por ajuda médica.

Barbosa também apontou alguns cuidados para que os sintomas não evoluam para complicações neurológicas. “Ter o diagnóstico e ficar atento aos sinais de alarme. Se começar a não conseguir se hidratar bem em casa, ter náusea, vômitos, diarréia, sintomas de pressão baixa, como se levantar e ter mal estar, é importante que essa pessoa seja avaliada. Familiares precisam estar atentos também porque, às vezes, o próprio paciente não percebe alguns sintomas”, alerta.

Debate

Luciana Barbosa Mendonça avalia que a iniciativa do Correio desempenha um importante papel social em meio à epidemia de dengue no Distrito Federal. “É importante tanto no aspecto preventivo, relacionado ao comportamento da sociedade, quadro da doença e informar a sociedade para que os pacientes saibam quando procurar assistência, quais os critérios de gravidade e quando precisam ser hospitalizados, quanto no aspecto de chamar atenção para a destinação de recursos para a saúde, porque ainda há uma limitação muito grande na assistência”, observa a neurologista.

O Correio Braziliense promoveu o CB.Debate Dengue, uma luta de todos na manhã desta quinta-feira (29/2). O evento teve o intuito de conscientizar autoridades sobre as suas responsabilidades, além de promover um diálogo com a sociedade acerca da importância do envolvimento da população no enfrentamento da epidemia.

Entre 1° de janeiro e 24 de fevereiro, o DF registrou 55 mortes por dengue, conforme dados do último boletim epidemiológico, divulgado na segunda-feira (26) pela Secretaria de Saúde do DF (SES), que ainda investiga 82 óbitos. Os casos prováveis da doença somam 100.558, um aumento de 1.449,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

O evento presencial foi realizado no auditório do jornal. O debate está disponível no site e nas redes sociais do jornal.

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