A Esplanada foi palco de uma apoteose na celebração do aniversário de 64 anos de Brasília. Difícil acabar uma conversa no último sábado sem que, em algum momento, o nome do DJ Alok fosse falado. O show anunciado há mais de um mês começou a se concretizar com a montagem do palco no coração da cidade, sob o olhar atento de músico. A frase "expectativas foram criadas" nunca foi mais verdadeira. Quando o publicou já se animava com a apresentação gratuita do astro, ele chegou e prometeu três horas de música eletrônica e com participações especiais.
E Alok cumpriu as promessas, diante de uma plateia em êxtase e interagindo com as luzes do palco e a batida do momento, levantando e abaixando os celulares com as lanternas acesas. O show de luzes e de fogos impressionou quem veio de todos os cantos do quadradinho para celebrar a cidade e curtir um sábado à noite.
O cuidado que o DJ dispensou a Brasília impressionou. Ele explicou, em entrevista ao Correio, que tem um carinho especial pela cidade. O sentimento é compartilhado por muitos brasilienses. No especial de aniversário produzido este ano, os relatos de admiração e de amor pela capital se multiplicam. Cada um traz um detalhe que fez essa relação se construir de maneira sólida. Mesmo aqueles que confessam ter estranhado a vida urbana por essas ruas no início.
Curioso ver que uma metrópole tão diferente da cidade com clima de interior de poucas décadas atrás siga nutrindo as novas gerações da mesma sensação: a de viver em uma terra de oportunidades. Brasília é de fato muito plural. Em sotaques que reúne de todos os estados do país e em potencial econômico. Em diversidade ambiental e na arte que ocupa galerias de museus ou as paredes dos edifícios.
A estrutura mais complexa, no entanto, exige igual esmero para garantir que as oportunidades sejam distribuídas e os direitos, garantidos. A poucos metros da famosa plataforma da Rodoviária - que recebe todas as gentes em seus labirintos diariamente -, as decisões que afetam as vidas desses mesmos passageiros, pedestres, cidadãos, são tomadas por quem elegeram.
A Brasília da década de 1960 tinha muita escassez, muitos projetos em andamento, muitas quase esquinas, muitos sonhos em gestação. A Brasília dos anos 2020 não é tão diferente. Ainda falta preencher lacunas; há novos projetos por concluir e as esquinas talvez sigam sendo um ponto de debate. Os sonhos se renovaram ou rejuvenesceram. A cidade precisa tratar de acolhê-los e contemplá-los.
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