Patrimônio

Devoção marca aniversário da Igrejinha, neste sábado (28/6)

Projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1958, a Igrejinha foi erguida por iniciativa de Sarah Kubitschek, em agradecimento a uma graça recebida por sua filha

Programação começou cedo e reuniu centenas de fiéis ao longo do dia -  (crédito:  Minervino Júnior/CB)
Programação começou cedo e reuniu centenas de fiéis ao longo do dia - (crédito: Minervino Júnior/CB)

Brasília amanheceu em clima de devoção e memória neste sábado (28/6), com a celebração dos 67 anos da Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul. Primeira igreja construída na capital, antes mesmo da inauguração oficial da cidade, o templo é um dos símbolos arquitetônicos mais queridos pelos moradores de Brasília e um ponto de fé que marca a identidade da quadra e da cidade. A programação do aniversário começou cedo e reuniu centenas de fiéis ao longo do dia, entre cânticos, orações, confissões e momentos de confraternização.

Projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1958, a Igrejinha foi erguida por iniciativa de Sarah Kubitschek, em agradecimento a uma graça recebida por sua filha. Os painéis em azulejo azul e branco, assinados por Athos Bulcão, completam o conjunto modernista, reconhecido como patrimônio histórico do Distrito Federal e tombado pelo Iphan.

Para Marcelino Champagnat, engenheiro agrônomo, é uma emoção celebrar o aniversário da Igrejinha. "É sempre um prazer estar aqui. Quem conheceu a Igrejinha, tem muito carinho por ela. Acredito que a construção dela foi uma demonstração de fé da esposa do presidente Juscelino Kubitschek, a Dona Sara", disse. "Brasília tem uma relação muito forte com Nossa Senhora de Fátima, que é a padroeira dessa Igrejinha. E ela sim, é um marco da arquitetura moderna que, como Brasília toda, é maravilhosa! Eu agradeço a oportunidade de estar aqui e me confessar", explicou o devoto. 

A estrutura pequena, mas rica em simbolismo, abriga uma das comunidades religiosas mais antigas da cidade. A festa dos 67 anos reforça o elo entre a fé e o cotidiano dos brasilienses. Ao longo do dia, três missas marcaram a celebração — entre elas, a missa dos enfermos, realizada à tarde, com cânticos litúrgicos, bênçãos individuais e aconselhamento espiritual.

Com atividades para toda a família, o Frei Moacir Casagrande, ministro provincial dos Capuchinhos no Brasil Central e responsável pelas celebrações, destacou que este é um momento de grande alegria e devoção para os fiéis. "Está sendo muito bom, isso me alegra muito, tivemos muitas bênçãos, muitos pedidos de orientação espiritual, confissões. E o pessoal que veio nessa segunda missa, que aconteceu às 15 horas, também virá para a terceira, à noite. O que me impressiona é aquele sentido profundo de conforto espiritual que o pessoal busca aqui e sai satisfeito", afirmou. 

Tradições

A comunidade aproveitou a data para se reencontrar e reviver tradições. Desde cedo, a praça ao redor da Igrejinha se transformou em uma quermesse, com barracas de pastel, caldo de cana, bolos, doces típicos e caldos — em um clima que remete às festas juninas do interior, mas com o sotaque brasiliense. Famílias inteiras circularam pelas tendas antes e depois das missas, tornando o aniversário também um momento de convivência e alegria popular.

"Eu conheci meu marido aqui. Meu casamento foi celebrado pelo Frei Bernardo, que já  faleceu, meus filhos foram batizados aqui. Infelizmente eu não casei aqui na igrejinha porque não tinha vaga, casei na Paróquia Santo Antônio, mas vinha aqui assistir as missas quase diariamente", disse Tereza Maria Frota, professora aposentada, que ainda hoje é bastante participativa na comunidade da Igrejinha. "Eu cozinho nas festas, a gente prepara lá na paróquia e traz a comida pra cá. A nossa vida é aqui, a gente passeava, dançava, era e ainda é tudo maravilhoso aqui na Igrejinha e no complexo vizinhança", completou. 

postado em 28/06/2025 23:08 / atualizado em 28/06/2025 23:08
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