Com a chegada da seca no Distrito Federal, cresce a preocupação com o risco de queimadas e incêndios florestais. Mesmo com o clima ainda frio, a diminuição de chuvas já é suficiente para colocar em estado de atenção áreas de conservação ambiental próximas aos espaços urbanos. O coordenador do Centro Especializado em Manejo Integrado do Fogo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), João Paulo Morita, foi o entrevistado do CB.Agro desta sexta-feira (11/7). Aos jornalista Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca, ele explicou sobre o preparo e articulação entre diferentes instituições.
“O Parque Nacional de Brasília está cercado pela cidade, com bairros como o Noroeste e o Lago Oeste ao redor. Já a Floresta Nacional fica muito próxima de Ceilândia. As cidades estão cada vez mais coladas às áreas naturais, e isso exige um esforço conjunto com órgãos como o Corpo de Bombeiros e instituições de ensino”.
O alerta se justifica pelo histórico recente. Em 2023, grandes incêndios afetaram tanto o Parque Nacional quanto a Floresta Nacional de Brasília, exigindo evacuações e mobilização de equipes de emergência. “No ano passado, houve um incêndio muito grande na Floresta Nacional. Era um dia com muitos turistas e ciclistas. Todos tiveram que ser evacuados com a ajuda de outras instituições”, relembra.
Além dos danos ambientais, os incêndios têm impacto direto na saúde da população. A fumaça densa afeta especialmente regiões muito povoadas, como o Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga. “Esses eventos geram uma quantidade enorme de fumaça, e isso afeta diretamente a saúde da população”.
Embora 2025 tenha apresentado até agora uma situação menos crítica do que os dois anos anteriores, fortemente impactados pelo El Niño, o cenário ainda exige vigilância constante. “2025 está sendo um ano mais tranquilo em comparação com 2023 e 2024, mas os incêndios continuam acontecendo. A seca está aí, e a tendência é de que o clima fique ainda mais seco e quente”, alerta Morita.
Para enfrentar o período mais crítico da seca, o ICMBio e o IBAMA preveem o reforço no número de brigadistas. A estimativa é de aumento de cerca de 25% no efetivo para atuação em áreas federais. “O Ibama atua, principalmente, em territórios indígenas e quilombolas. Já o ICMBio trabalha dentro das unidades de conservação. Ambos os órgãos estão se preparando com um efetivo maior para este ano”.
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*Estagiária sob a supervisão de Márcia Machado
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