projeto cultural

Oficinas transformam rotina de mulheres na Penitenciária Feminina do DF

Projeto "CorpoConsciente – Escuta de Si" promove bem-estar, saúde mental e remissão de pena para detentas, com atividades de dança, automassagem e percepção corporal

Mais do que dança, o projeto representa dignidade e saúde no sistema prisional -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)
Mais do que dança, o projeto representa dignidade e saúde no sistema prisional - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)

A Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) — Colmeia — oferece, desde o início de agosto, oficinas semanais voltadas ao bem-estar emocional de detentas. Chamado “CorpoConsciente – Escuta de Si”, o projeto utiliza o corpo como ferramenta de escuta, regulação emocional e fortalecimento da saúde mental e tem participação do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). 

Realizadas às sextas-feiras, as atividades incluem caminhada, automassagem, exercícios de percepção corporal e movimentos livres ao som de música. Com duração prevista de três meses, o programa traz benefícios físicos e emocionais, além de permitir às participantes reduzir a pena: a cada três dias de participação, um dia é descontado do tempo total de reclusão, conforme a Lei de Execução Penal.

Pensadas para garantir acessibilidade, as oficinas trabalham movimentos adaptados às condições físicas de cada participante, permitindo que todas possam usufruir das práticas e seus benefícios. O trabalho é conduzido pelas psicólogas e agentes culturais Clara Costa e Thais Germano, que se baseiam em metodologias somáticas e na abordagem da coreógrafa Angel Vianna, precursora da Consciência Corporal no Brasil. Duas turmas de 30 mulheres participam dos encontros de duas horas.

Já na primeira semana houve engajamento imediato, segundo as idealizadoras. A primeira oficina abordou a percepção corporal por meio de caminhada em diferentes ritmos e automassagem nos pés, além de momentos livres com música. Muitas detentas relataram sensação de leveza, liberdade e alívio de tensões físicas

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Para Clara Costa, a proposta vai além do exercício físico. "A gente convida o tempo todo a perceber onde no corpo está a sensação de alegria ou de ansiedade. Isso cria um caminho de escuta interna e autorregulação. Ver mulheres que entraram rígidas e saíram se movendo livremente, sorrindo, mostra como a presença e a cultura podem transformar", ressalta

Thais Germano destaca que, mais do que dança, o projeto representa dignidade e saúde no sistema prisional. “É uma ação cultural que promove cuidado e escuta, mesmo em um ambiente marcado pela rigidez”, afirma.

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postado em 13/08/2025 17:02
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