
Aos 86 anos, Maria Alba mantém viva a militância política e foi às ruas neste domingo (21/9) contra a PEC da Blindagem, que ela chama de "um absurdo, um atentado à democracia". Para ela, a luta é a continuidade da que começou em 1964, quando já participava de manifestações contra a ditadura.
Ela já morou em Brasília, mas vive atualmente em Alto Paraíso, interior de Goiás. Maria Alba afirma ter acompanhado de perto a história recente do país — da ditadura militar ao atual debate sobre a PEC da Blindagem. E foi justamente essa experiência acumulada ao longo de décadas que a levou, mais uma vez, às ruas.
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“Desde 1964 eu já estava fazendo manifestação. A família inteira sempre foi consciente e eles me ensinaram isso”, contou ao Correio.
Neste domingo, mesmo em cadeira de rodas, a idosa fez questão de se deslocar até Brasília para se unir às vozes contrárias à chamada PEC da Blindagem, que busca ampliar as proteções e dificultar a abertura de processos criminais contra deputados federais e senadores. Para Maria Alba, a proposta representa uma ameaça às instituições. “É um absurdo, não tenho palavras. Blindar pessoas com posturas notoriamente negativas é um atentado à democracia”, afirmou.
A aposentada também criticou a possibilidade de anistia a envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. “Conceder perdão a quem quebrou a Câmara e o Congresso é dizer que estavam certos. Aquela manifestação poderia ter matado muita gente. Eles precisam responder pelo que fizeram”, disse.
Trajetória política
Maria Alba trabalhou por anos na Câmara dos Deputados, onde afirma ter presenciado de perto a dinâmica do poder. Segundo ela, as prioridades políticas quase sempre estiveram distantes das demandas sociais.
A última manifestação em que havia participado foi na posse de Lula, em janeiro de 2023. O ato deste domingo, segundo ela, teve o mesmo significado de reafirmar valores que considera fundamentais para a política brasileira. “Foi uma alegria ver o povo se manifestando com solidariedade e apoio. Minha mensagem é que a verdade não pode ser mascarada com adereços falsos. Esse deve ser o princípio de todo ser humano que deseja o bem-estar coletivo”, concluiu.
Cidades DF
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