CB.Saúde

Especialista explica como identificar os primeiros sinais do câncer infantojuvenil

Ao CB.Poder, Alayde Vieira, médica oncologista pediátrica, falou sobre sinais que devem ser observados para um diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil

A oncologista pediátrica Alayde Vieira destacou os sinais que devem ser observados para um diagnóstico precoce -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A oncologista pediátrica Alayde Vieira destacou os sinais que devem ser observados para um diagnóstico precoce - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Laíza Ribeiro*

A oncologista pediátrica Alayde Vieira falou da importância de uma boa rede de atenção primária no diagnóstico do câncer em crianças durante o CB.Saúde — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — desta quinta-feira (25). Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, ela comentou sobre os sinais que precisam ser observados para um diagnóstico precoce. 

Alayde destacou a diferença da taxa de cura entre crianças de alta e baixa renda. “Quando pensamos em países de alta renda, a criança com diagnóstico de câncer tem 80% de chance de cura, independentemente do tipo de câncer. Em países de baixa renda, para uma criança com a mesma patologia e a mesma idade, a chance cai para 50%”, ressaltou. 

Para a oncologista, a diferença nessa chance de cura depende de uma série de fatores. Apesar da grande quantidade de centros de referência em algumas regiões, como no Sul e no Sudeste, há uma distribuição menor em outras regiões, como a Norte, onde há um grande vazio assistencial, e no Nordeste. “O câncer infantojuvenil tem características muito sutis no início. Quando se tem a atenção primária capacitada para o diagnóstico precoce e existe um fluxo, a criança chega mais cedo, é tratada de imediato e a chance de cura aumenta.” 

Além da quantidade insuficiente de centros, Alayde apontou a defasagem de profissionais na pediatria oncológica. “Precisamos de uma equipe multidisciplinar com expertise na área. Por exemplo: o neurocirurgião tem que ser um neurocirurgião pediátrico oncológico. Isso leva tempo para você fazer”, explicou.

A especialista destacou os sinais que devem ser observados para um diagnóstico precoce. “Falando da leucemia, temos uma febre acima de 15 dias, dores no corpo, palidez progressiva, onde a criança vai ficando mais anêmica. Pensando em outros sintomas, algumas crianças aumentam a barriga, sentem dores de cabeça, começam a vomitar. Aquela criança que já andava, que não estava caindo, passa a cair ou passa a deixar de andar. Isso é sinal importante, porque pode ser tumor cerebral”, informou.

“O diagnóstico precoce é o que faz a diferença, por isso é desafiador. Uma coisa que eu falo, como pediatra: não sejam pais e mães de pronto-socorro. Tenham consultas regulares com seu pediatra. Os cânceres, no início, não doem. É muito importante ter um acompanhamento”, assinalou. 

Assista à entrevista completa: 

*Estagiária sob supervisão de Eduardo Pinho

 

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postado em 25/09/2025 17:20 / atualizado em 25/09/2025 20:45
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