
Laíza Ribeiro*
A oncologista pediátrica Alayde Vieira falou da importância de uma boa rede de atenção primária no diagnóstico do câncer em crianças durante o CB.Saúde — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — desta quinta-feira (25). Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, ela comentou sobre os sinais que precisam ser observados para um diagnóstico precoce.
Alayde destacou a diferença da taxa de cura entre crianças de alta e baixa renda. “Quando pensamos em países de alta renda, a criança com diagnóstico de câncer tem 80% de chance de cura, independentemente do tipo de câncer. Em países de baixa renda, para uma criança com a mesma patologia e a mesma idade, a chance cai para 50%”, ressaltou.
Para a oncologista, a diferença nessa chance de cura depende de uma série de fatores. Apesar da grande quantidade de centros de referência em algumas regiões, como no Sul e no Sudeste, há uma distribuição menor em outras regiões, como a Norte, onde há um grande vazio assistencial, e no Nordeste. “O câncer infantojuvenil tem características muito sutis no início. Quando se tem a atenção primária capacitada para o diagnóstico precoce e existe um fluxo, a criança chega mais cedo, é tratada de imediato e a chance de cura aumenta.”
Além da quantidade insuficiente de centros, Alayde apontou a defasagem de profissionais na pediatria oncológica. “Precisamos de uma equipe multidisciplinar com expertise na área. Por exemplo: o neurocirurgião tem que ser um neurocirurgião pediátrico oncológico. Isso leva tempo para você fazer”, explicou.
A especialista destacou os sinais que devem ser observados para um diagnóstico precoce. “Falando da leucemia, temos uma febre acima de 15 dias, dores no corpo, palidez progressiva, onde a criança vai ficando mais anêmica. Pensando em outros sintomas, algumas crianças aumentam a barriga, sentem dores de cabeça, começam a vomitar. Aquela criança que já andava, que não estava caindo, passa a cair ou passa a deixar de andar. Isso é sinal importante, porque pode ser tumor cerebral”, informou.
“O diagnóstico precoce é o que faz a diferença, por isso é desafiador. Uma coisa que eu falo, como pediatra: não sejam pais e mães de pronto-socorro. Tenham consultas regulares com seu pediatra. Os cânceres, no início, não doem. É muito importante ter um acompanhamento”, assinalou.
Assista à entrevista completa:
*Estagiária sob supervisão de Eduardo Pinho
Cidades DF
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