
Inovação, sustentabilidade, tecnologia e cultura. É o que oferece o Festival Internacional de Inovação e Sustentabilidade na Indústria, o Festival Curicaca. O evento começou na terça-feira (7/10) e vai até sábado (11/10) com uma programação diversificada. O Correio foi conferir as novidades trazidas para exibição nos estandes e conversou com visitantes, que falaram sobre a rica experiência de intercâmbio cultural proporcionada e sobre a imersão tecnológica que o festival oferece. A organização estima que cerca de 100 mil pessoas passarão pelo festival nos cinco dias.
Durante o dia, além da programação de palestras, uma série de projetos inovadores relacionados à ciência, indústria e tecnologia são exibidos aos visitantes nos 170 estandes espalhados pela Arena BRB. Um deles mostra resultados de um projeto feito para meninas que pretendem seguir carreira na ciência. "Trouxemos meninas de 11 a 14 anos de famílias de baixa renda para mostrar que qualquer um pode ser cientista. Aqui, exibimos o resultado da imersão realizada por elas, que descobriram, entre outras coisas, como calcular o PH das substâncias", explicou a estudante de licenciatura em Química do IFMG Kethlen Carvalho, ao demonstrar a mistura de substâncias em tubos de ensaio onde, dependendo da cor, é possível saber o valor certo do PH de cada líquido.
O drone feito de papelão pelos estudantes do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais também chamou a atenção de quem passeava pelos estandes na tarde de ontem. "Qualquer um pode replicar o projeto do nosso drone. Além disso, ele é modular, isto é, serve para diversos objetivos. O custo para construir é baixo, fica entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Nosso drone é feito de isopor, fibra de vidro e plástico filme", demonstrou o estudante Eduardo Gusmão.
A sustentabilidade também estava presente em outros projetos apresentados por pesquisadores e estudantes nos estandes do Festival Curicaca. Outro exemplo é a plataforma robótica para estudo e navegação autônoma feita de materiais recicláveis, montada pelo Laboratório de Infraestrutura e Tecnologia da Informação do IFMG. "Fizemos uma estrutura de cano PVC, haste de fibra de vidro e bateria de notebook descartada. A nossa intenção é que haja uma inclusão social no acesso à pesquisa da robótica", descreveu Yuri Mateus, estudante de robótica do campus Januária, do IFMG.
Estudantes do Ceti Frei José Apicella, de Guadalupe (PI), trouxeram uma novidade no ramo da agricultura, o Agroscan, um aplicativo que realiza a detecção inteligente de pragas. "A plataforma usa a inteligência artificial e visão computacional para identificar pragas agrícolas em tempo real a partir de imagens capturadas por celulares", explicou Lara Sophia Rodrigues.
Visitantes entusiasmados
Um filme completo sobre a Amazônia foi exibido em 3D em um dos estandes do festival. A estudante Ana Luíza Mota, 17, conferiu a obra e falou ao Correio sobre a experiência. "Foi bem emocionante e educativo. Faço curso de assistente de TI e está sendo muito bom ver todas as novidades", contou.
"Dentro da nossa pós-graduação em comunicação e economia criativa da Universidade Católica, temos uma linha que trabalha o audiovisual. Daí juntamos inovações tecnológicas com os saberes ancestrais", explicou a coordenadora do projeto Metaverse e responsável pela produção do filme, Florence Dravet.
Jovens estudantes de ensino médio e cursos técnicos formam boa parte do público que visitam os estandes do Festival Curicaca. A estudante de análises clínicas do Instituto Federal de Águas Lindas Jordana Aparecida, 16, visitou o evento ontem junto com as amigas Raíssa Brito e Vitória Lima. "É muito legal ver gente de vários lugares do Brasil, porque podemos conhecer melhor outras culturas. Gostei muito de um projeto de apicultura que vi, pude ver coisas no microscópio e adorei", disse Jordana ao Correio.
Os estudantes de informática do IFB Yasmin Santos, Davi Gomes, João Fernando Dias, de 17 anos, e Nathan Barcellos, de 15, vão todos os dias ao evento e estão encantados com a experiência. "O que mais gostei foram os shows, vi o do Olodum e adorei", afirmou Davi. "Eu gostei da possibilidade de conhecer pessoas novas, de outros lugares", relatou João. "Achei o evento bem organizado, gostei disso e também de fazer novas amizades", completou Nathan. "O que mais gostei foram os estandes, de conhecer pessoas e projetos de outros estados", finalizou Yasmin.
E não são só estudantes e pesquisadores da área da ciência ou tecnologia que o festival atrai. Os amigos Letícia Lima, 20 e Felipe Cardoso, 22, estudam licenciatura em dança e foram ao festival não apenas pelas atrações culturais. "Eu gostei muito de tudo relacionado à robótica, achei muito interessante. Acho que tem tudo a ver com as artes se você souber explorar", destacou Letícia. "Eu gostei muito da variedade de pesquisas e projetos expostos aqui. É muito bom testemunhar a pluralidade cultural disponível aqui", concluiu Felipe.
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