MORADIA-TRABALHO

32% dos trabalhadores gastam até uma hora no trajeto diário no DF

Segundo dados do IBGE, 1,3 milhão de pessoas residentes trabalham no próprio Distrito Federal

Em Brasília, predomina o uso do carro, principal meio de locomoção para 46,3% da população ocupada que trabalha fora do domicílio -  (crédito: Arquivo/CB)
Em Brasília, predomina o uso do carro, principal meio de locomoção para 46,3% da população ocupada que trabalha fora do domicílio - (crédito: Arquivo/CB)

No Distrito Federal, 1,3 milhão de pessoas residentes trabalham no próprio DF. Destas, 15,2% exercem suas atividades em casa e 84,8% trabalham fora de casa. Além disso, 47,3% das pessoas que trabalham fora de casa gastam de seis a trinta minutos no trajeto entre casa e trabalho, enquanto 32,0% levam mais de meia hora até uma hora. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (9/10).

Ainda segundo o IBGE, 23,5 mil brasilienses se deslocam para outros municípios e 364 trabalham em outro país. As mulheres (16,7%) têm presença ligeiramente maior no trabalho em casa do que os homens (13,2%). O DF também aparece em 12º lugar no ranking nacional de municípios com maior número de pessoas que gastam mais de duas horas em deslocamentos diários para o trabalho.

Entre os que levam mais de uma hora até duas horas para chegar ao trabalho, a maior parte são de mulheres (50,9%). Por outro lado, os homens (55,9%) predominam entre os que enfrentam deslocamentos superiores a duas horas.

Os dados do IBGE também evidenciam diferenças por cor ou raça. A população preta é a que menos realiza deslocamentos curtos: 18,8% deles gastam até quinze minutos para chegar ao trabalho. Em contrapartida, 25,8% das pessoas brancas levam até quinze minutos nesse deslocamento. A população preta concentra os maiores percentuais em trajetos de mais de 30 minutos até uma hora (34,2%), contra 29,1% da população branca.

Carro e ônibus dominam o transporte para o trabalho no DF

O Censo 2022 investigou, pela primeira vez, o meio de transporte utilizado no deslocamento para o trabalho. Em Brasília, predomina o uso do carro, principal meio de locomoção para 46,3% da população ocupada que trabalha fora do domicílio – o segundo maior percentual do país, atrás apenas de Santa Catarina (48,0%).

Em seguida, o ônibus aparece como o segundo modal mais usado, com 32,9%. O deslocamento a pé é realizado por 8,5% dos trabalhadores, ultrapassando, inclusive, a motocicleta que é usada por 3,8%, e a bicicleta, utilizada por apenas 2,4% dos trabalhadores. Em números absolutos, são 523,9 mil pessoas que usam carro, 371,7 mil que utilizam ônibus, e 96,4 mil que vão a pé para o trabalho.

No Brasil

No âmbito nacional, o meio de transporte mais utilizado no deslocamento para o trabalho é o carro (32,3%), seguido por ônibus (21,4%), a pé (17,8%) e por motocicleta (16,4%). Esses quatro meios de transporte, juntos, representam 87,9% do deslocamento para trabalho no país.

“As informações sobre o deslocamento das pessoas para trabalho e para estudo são fundamentais para o planejamento urbano em diferentes níveis territoriais, fornecendo indicadores seguros relacionados à integração funcional entre localidades. São, portanto, estatísticas que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida da sociedade”, destaca Mauro Sergio Pinheiro, analista da pesquisa.

A análise do tempo de deslocamento entre a casa e o local de trabalho evidencia que a maior parte (56,8%) das pessoas que se deslocam para o trabalho leva de seis minutos até meia hora, totalizando 40 milhões de pessoas, enquanto 1,3 milhão de pessoas levam mais de duas horas para chegar ao trabalho. 

Dos vinte municípios com população acima de 100 mil habitantes e maior percentual de trabalhadores cujo tempo de deslocamento para o trabalho supera duas horas, 11 são do Rio de Janeiro, sete de São Paulo e dois do Pará.

O tempo de deslocamento nas 15 metrópoles brasileiras apresentou variações, com Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS) mostrando maiores proporções de pessoas que levam até meia hora para chegar ao trabalho, enquanto Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Manaus (AM) apresentam as maiores proporções das faixas acima de meia hora. No Rio de Janeiro (RJ), nota-se 5,6% de duração de mais de duas horas entre seus deslocamentos.

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postado em 09/10/2025 11:20 / atualizado em 09/10/2025 11:36
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