
Manuela Sá*
Fiéis celebraram, nesta terça-feira (28/10), o dia de São Judas Tadeu, padroeiro dos servidores públicos e do Flamengo. Para marcar a data, a Paróquia São Judas Tadeu, na 908 Sul, fez uma programação especial em homenagem ao santo, conhecido por interceder em causas consideradas impossíveis.
Em Brasília, as comemorações tiveram início no domingo, com uma novena, e seguiram ao longo desta terça-feira, com nove missas solenes. A celebração contou com tempo para confissão, café da manhã, almoço e, à noite, barraquinhas de comida. Às 18h, foi celebrada uma missa especial para os torcedores do Flamengo.
O farmacêutico Pedro Henrique Ferreira, de 26 anos, participa das celebrações anuais sempre que possível. A ligação dele com o santo teve início com a família. “Meu pai é batizado na Igreja de São Judas Tadeu, no Rio de Janeiro, e, por essa devoção, fui batizado lá. Também rezo para o santo por ele ser padroeiro do Flamengo”, contou.
A história do santo com o time carioca remonta ao ano de 1950, quando torcedores rezaram pela intercessão dele. Assim, Padre Góes celebrou missas para o Flamengo antes de vitórias importantes e, após a volta de boas atuações da equipe, os torcedores começaram a considerar São Judas Tadeu o padroeiro do time.
Além da ligação com o futebol, o santo é admirado por ter feito a conversão de pagãos na Antiguidade. Outro motivo de devoção é a relação de proximidade com Jesus. Ele foi um dos 12 apóstolos e era primo de Cristo. Por ter o mesmo nome, ele é confundido com frequência com Judas Iscariotes, apóstolo que entregou Jesus aos romanos. Por esse motivo, durante muito tempo, fiéis evitavam rezar para ele por medo de estarem invocando o traidor.
Foi o caso de Tarciana Gomes, 48. A dona de casa passou a rezar para o santo há três anos, quando percebeu a confusão e descobriu que ele era padroeiro dos servidores públicos. Ela conta que o filho passou em um concurso para trabalhar em Goiás, mas a mãe queria que ele voltasse para Brasília. Então, passou a rezar para o santo e, em janeiro deste ano, o filho retornou para a capital. “São Judas Tadeu me ajudou muito”, afirma.
Causas impossíveis
O santo é conhecido, também, por ajudar os fiéis nos momentos de maior aflição. Essa crença de que ele seria o santo das causas impossíveis cresceu a partir do século XIV, após relatos de uma visão de Santa Brígida, na qual Jesus teria afirmado que Tadeu iria interceder em situações desesperadoras.
Lúcio Anacleto, 60, acredita na providência do santo. O professor conta que ele e a esposa passavam por uma crise financeira à época em que a filha do casal ia nascer. No entanto, no dia do nascimento, eles tinham tudo o que precisavam. Anacleto atribui à intercessão do santo essa mudança. “Não sei como a gente conseguiu tudo, mas foi um feito de São Judas Tadeu”, garante. De acordo com o professor, essa é uma das várias graças providenciadas pelo padroeiro.
O aposentado Pedro Augusto Mouta, 63, também conta como o santo o ajudou: “Quando era novo, eu aprontei muito. Ele me livrou de seguir caminhos errados, que poderiam resultar em vício. Mas consegui, por intermédio dele, escapar dessa situação”.
São Judas Tadeu foi martirizado por sua fé em 28 de outubro do ano 70 d.C., sendo atingido por uma lança e decapitado com uma machadinha. Segundo o Vaticano, ele estava em uma peregrinação para a Mesopotâmia quando encontrou o apóstolo Simão. Os dois foram capturados e levados ao templo do sol, onde pediram que eles negassem a Jesus. Como não o fizeram, foram assassinados por demônios e, depois, por aqueles que assistiam à cena. Sua imagem é tradicionalmente representada com um livro, símbolo da palavra que pregou, e um machado, instrumento de seu martírio. Suas relíquias estão conservadas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
*Estagiária sob supervisão de Eduardo Pinho
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