Assistência social

Casa Azul paralisa atividades por falta de recursos

Em crise por falta de repasses da Sedes-DF, a Casa Azul Felipe Augusto deixa quase mil crianças sem atendimento

A Casa Azul atende crianças e adolescentes no contraturno escolar -  (crédito: Divulgação/Casa Azul)
A Casa Azul atende crianças e adolescentes no contraturno escolar - (crédito: Divulgação/Casa Azul)

A Casa Azul Felipe Augusto, organização da sociedade civil com 36 anos de atuação na assistência social do Distrito Federal, está de portas fechadas desde 20 de outubro. A instituição, que oferecia atendimento a crianças, adolescentes, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade nas regiões de Samambaia, Riacho Fundo II e São Sebastião, suspendeu suas atividades devido ao atraso nos repasses da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).

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Os pagamentos referentes aos meses de setembro e outubro de 2025 não foram realizados, o que deixou a entidade sem condições financeiras de manter os serviços e honrar compromissos trabalhistas e com fornecedores. O impacto direto é sobre 950 crianças e adolescentes que dependem das atividades da Casa Azul no contraturno escolar.

A presidente e uma das fundadoras da instituição, Daise Moisés, relatou a crise vivida pela equipe e pelos beneficiários. "O que mais nos preocupa é que não há previsão de pagamento até o fim do ano. Eu não consegui mais segurar, porque não tinha nada para oferecer para as crianças. Nem comida", afirmou.

De acordo com Daise, a Sedes-DF acumula uma dívida de mais de R$ 5 milhões com todas as organizações que aguardam o repasse. "O problema do pagamento é porque não tem orçamento. Na semana passada, houve um pedido de suplementação orçamentária. Foi aprovada na Câmara Legislativa, mas até hoje não foi publicada no Diário Oficial. E se não é publicado, a gente não recebe. A secretaria não pode fazer o pagamento", explicou.

A suspensão das atividades também afetou famílias que dependem do serviço para conciliar trabalho e cuidado com os filhos. Vitória Amarante, 26 anos, moradora de Samambaia, é mãe de Clarice, 9 anos, e precisou abandonar o emprego após a paralisação. "Eu fiquei impedida de trabalhar. Minha filha recebia assistência lá. Estou há 10 dias parada", lamentou.

Além das atividades educacionais, culturais e esportivas, a Casa Azul oferecia alimentação e acompanhamento social. A instituição pede providências urgentes da Sedes-DF para a regularização dos repasses financeiros e a retomada imediata dos atendimentos, a fim de evitar mais prejuízos à rede de proteção social do DF.

Em nota ao Correio, a Sedes-DF reconheceu a importância do trabalho das OSCs parceiras. "A Secretaria tem ciência do atraso no pagamento devido ao contingenciamento e está trabalhando junto a Secretaria de Estado de Economia (SEEC) para regularizar a situação o mais breve possível".

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postado em 29/10/2025 20:11 / atualizado em 30/10/2025 15:50
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