OPERAÇÃO POWERCUT II

Operação mira em quadrilha de furto de cabos de energia

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva. Os cinco alvos das prisões são empresários do ramo de reciclagem e estão foragidos

Uma organização criminosa responsável por furtar cabos de energia, telefonia e internet no Distrito Federal e em outros dois estados foi alvo da Operação Powercut II, nesta quarta-feira (29/10) pela Polícia Civil do DF (PCDF). A ação busca desarticular um esquema milionário de furto e venda de cobre, que — além de lucro ilícito — deixava milhares de pessoas sem serviços essenciais. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva em endereços de Ceilândia, Taguatinga e Riacho Fundo, além de Goiás e Rondônia. Os cinco alvos das prisões são empresários do ramo de reciclagem e estão foragidos.

De acordo com as investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), a quadrilha era estruturada e operava com divisão de tarefas: um grupo furtava os cabos, outro era responsável pela negociação do cobre já descaracterizado e um terceiro lavava o dinheiro movimentado pela venda do material. “Conseguimos demonstrar ao Judiciário e ao Ministério Público que esses indivíduos tinham conhecimento dos atos ilícitos que praticavam e faziam disso o seu meio de vida: adquirir cobre obtido de maneira ilícita”, afirmou o delegado Tiago Carvalho, responsável pela operação.

Os investigadores apuraram que, após serem furtados, os cabos eram queimados para tirar a camada plástica e eliminar qualquer chance de identificação da origem do material. Depois, o cobre era vendido por peso no mercado varejista, movimentando valores expressivos. “Esse material é muito atrativo para os criminosos porque o cobre tem valor de mercado e pode ser reutilizado na construção civil e em diversos segmentos da engenharia”, explicou o delegado.

Para Carvalho, o furto de cabos deixou de ser uma ocorrência pontual e se tornou um fenômeno nacional, alimentado por receptadores e empresas que usam a reciclagem como fachada. “Assim como outros crimes, a subtração de cabos feitos com cobre é um problema de âmbito nacional. A Polícia Civil não trabalha apenas para responsabilizar a população vulnerável que, muitas vezes, subtrai esse material para sustentar vício. Nós combatemos as verdadeiras organizações criminosas, inclusive em frentes financeiras, para que sejam desarticuladas e responsabilizadas”, afirmou.

A quadrilha não atuava apenas no furto. Segundo a PCDF, o esquema também envolvia crimes de receptação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A conexão com Rondônia surgiu após a identificação de empresas de fachada vinculadas ao grupo, usadas para dissimular movimentações financeiras. Por isso, equipes da Polícia Civil do DF estiveram nos três estados simultaneamente para cumprir as ordens judiciais.

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Além do prejuízo financeiro, o impacto do crime é direto na vida da população, já que o rompimento de cabos interrompe serviços essenciais. “Quando um cabo é rompido, o resultado é imediato: interrupção de energia, internet ou água. Estamos falando de serviço público essencial. Combater esse crime é prioridade da Secretaria de Segurança Pública”, destacou Carvalho, mencionando o apoio de setores de inteligência.

Mesmo após a operação, os cinco empresários seguem sendo procurados. “Todos os investigados são considerados foragidos e serão continuamente buscados para que cumpram as prisões determinadas pelo Poder Judiciário”, concluiu o delegado. A investigação já está em fase final e deve resultar em denúncia formal do Ministério Público nos próximos dias.

 

Divulgação/PCDF -
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Fotos: Divulgação/PCDF -
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