
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizam, nesta sexta-feira (28/11), uma ação de mobilização pública na Rodoviária do Plano Piloto para divulgar orientações sobre prevenção e procedimentos em casos de desaparecimento. A iniciativa faz parte do projeto Desaparecimento em Foco, conduzido pelo MPDFT por meio do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID).
Equipes dos dois órgãos distribuem panfletos, prestam esclarecimentos e conversam com o público que circula pela rodoviária. A próxima mobilização está marcada para o dia 5 de dezembro, na Rodoviária Interestadual.
Segundo o MPDFT, o objetivo central da ação é aproximar o tema da população, reforçar a cultura de notificação imediata e divulgar os canais oficiais para registrar desaparecimentos. De acordo com o programa, a falta de informação ainda é um obstáculo importante.
A ação integra os esforços do Governo do Distrito Federal para consolidar a Rede de Atenção Humanizada ao Desaparecimento de Pessoas, política distrital lançada recentemente e que reúne órgãos de segurança, saúde, assistência social, justiça e acolhimento. Essa rede garante um fluxo rápido de informações. Quando um boletim de ocorrência é registrado, todas as instituições envolvidas são acionadas automaticamente.
Uma das principais mensagens reforçadas ao público é a urgência no registro do desaparecimento. A orientação é para não esperar 24 horas. Isso é um mito. Quanto mais rápido o registro, maiores são as chances de localizar a pessoa. A SSP-DF também reforça que o boletim pode ser feito on-line através da Delegacia Eletrônica e que o Sinal de Busca Imediata mobiliza mais de 30 instituições assim que o caso é comunicado.
No caso de crianças e adolescentes, a urgência é ainda maior. Os desaparecimentos entram no sistema Amber, que dispara alertas geolocalizados para usuários próximos, por redes sociais e aplicativos de mensagens.
Em situações de acidentes de trânsito, pessoas que são hospitalizadas sem documentos ou cidadãos que estão em situação de rua, os dados são cruzados com o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), coordenado pelo MP do Rio de Janeiro.
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Brasília registra, em média, 1.800 desaparecimentos por ano, mas a taxa de localização é alta: cerca de 95% das pessoas são encontradas. Cerca de 80 continuam desaparecidas.
Em casos mais sensíveis, quando uma pessoa desaparecida é encontrada sem vida, há um procedimento padronizado para acolher e orientar as famílias, com apoio psicológico, jurídico e acompanhamento pela rede humanizada.
Durante a ação, também foi alertado sobre golpes aplicados contra familiares de desaparecidos. Criminosos aproveitam a vulnerabilidade emocional para oferecer falsas pistas em troca de dinheiro. Por isso, o material divulgado traz apenas os telefones oficiais da Polícia Civil, e não os contatos dos familiares.
A escolha da rodoviária não foi por acaso. O lugar reúne pessoas de todas as regiões do DF e também é um ponto relacionado a alguns casos de desaparecimento, principalmente de crianças.
O guia informativo distribuído pelas agentes da ação dá instruções de como agir após entender que uma pessoa pode estar desaparecida, com telefones e informações cruciais para a denúncia.
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Algumas dessas informações são:
- Nome completo e idade;
- Características físicas como cor do cabelo, altura ou tatuagens;
- As roupas que eram usadas no dia do desaparecimento;
- Onde e como o desaparecimento ocorreu, incluindo detalhes da rotina;
- Rede de contatos — familiares, amigos e conhecidos;
- Fotos recentes da pessoa.
Assim que o desaparecimento é registrado, o MPDFT divulga uma imagem contendo o nome e idade da vítima, a data e local do ocorrido, o número e onde foi registrada a ocorrência e os telefones da Polícia Civil. As informações são divulgadas no perfil oficial da SSP-DF @desaparecidos_df.

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