Indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para presidir o Banco de Brasília (BRB), Nelson Antônio de Souza será sabatinado hoje, às 13h30, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Primeiramente, Nelson passará pelo crivo dos parlamentares que fazem parte da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) e, na sequência, o nome será votado no plenário da Casa.
Nelson foi indicado por Ibaneis para assumir a presidência do BRB após a Justiça afastar Paulo Henrique Costa do cargo. O ex-presidente do banco é investigado na Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, por suspeita de participação no esquema de emissão e negociação de créditos falsos.
Ontem, Nelson se reuniu com o presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz (MDB). "Esse encontro nos deu tranquilidade e segurança. Vimos que é a pessoa certa na hora certa", disse Wellington Luiz ao Correio. "Nelson é um nome que tem peso político no mercado. Ele foi chamado para trocar o pneu do carro com o carro em movimento e ele tem expertise para isso", acrescentou.
A CEOF é composta por cinco deputados: Eduardo Pedrosa (União Brasil), Joaquim Roriz Neto (PL), Jaqueline Silva (MDB), Paula Belmonte (Cidadania) e Jorge Vianna (PSD). Para ser aprovado, o indicado ao BRB precisa de, pelo menos, três votos. Segundo Wellington Luiz, a expectativa é de que, no plenário, os 24 distritais votem.
Currículo
Nelson Antônio de Souza iniciou a carreira na Caixa Econômica Federal em 1979 e chegou a presidir o banco em 2018, ano em que foi alcançado lucro recorde de R$ 12,7 bilhões, o maior da história. O indicado de Ibaneis também presidiu a Brasilcap, o Banco do Nordeste e o Banco Desenvolve SP.
Na Caixa, ele também passou pelos cargos de diretor-executivo de Gestão de Pessoas, chefe de gabinete da presidência, superintendente nacional da Região Nordeste e do FGTS. Ao ser convidado para assumir a presidência do BRB, Nelson estava no cargo de vice-presidente da Elo, empresa do setor de cartões de créditos.
CPI
Na CLDF, foi protocolado um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o envolvimento do BRB no escândalo envolvendo o Banco Master. Para que a CPI seja instalada, são necessárias oito assinaturas de deputados distritais. Até ontem, seis assinaturas tinham sido coletadas.
O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB) protocolou, na Câmara dos Deputados, um pedido de assinaturas para instalar uma CPI do Banco Master. Quarenta e duas assinaturas tinham sido coletadas. Para que a CPI seja instalada na Câmara Federal, são necessárias 171 assinaturas, ou seja, um terço da Casa.
"Nós vamos fazer uma ação intensiva a partir de terça-feira (hoje), porque a gente começou na última terça à noite e quarta-feira foi feriado. A partir desta semana, a gente vai começar a acolher as assinaturas mais intensamente", ressaltou Rollemberg ao Correio.
