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Feira do Troca: a tradição que resiste em Olhos d´Água

A Feira do Troca retorna para sua 101ª edição com shows, manifestações culturais e homenagens a importantes pessoas que ajudaram o desenvolvimento do evento, considerado um dos mais marcantes de Alexânia (GO)

O público poderá trocar, de forma solidária, roupas e objetos em troca de produtos locais -  (crédito: Divulgação)
O público poderá trocar, de forma solidária, roupas e objetos em troca de produtos locais - (crédito: Divulgação)

A tradicional Feira do Troca retorna para a sua centésima primeira edição. O festival começou na última sexta-feira (5/12), no distrito de Olhos d'Água, na Praça Santo Antônio, em Alexânia (GO), a cerca de 100km de Brasília, e tem programação até o próximo domingo (7/12). Marcada por um espírito forte e tradicional de trocas solidárias, o festival celebra a "gambira" — costume de trocar roupas, objetos e outros itens por artesanato e produtos locais. O evento, que acontece há 51 anos, tornou-se um patrimônio da cultura de Olhos d'Água, que promove um encontro vibrante entre a solidariedade, cultura popular e manifestações culturais que acolhem a diversidade.

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Agitando a comunidade até o domingo, o público também terá a oportunidade de vivenciar uma enorme variedade de exposições de artesanato, antiguidades, gastronomia, produtos da agricultura familiar, além de prestigiar um cronograma de apresentações musicais, dança, teatro e contação de histórias focadas na cultura e na riqueza cultural do Cerrado brasileiro. 

O produtor do evento, Pedro Xavier, destacou que a feira se modernizou sem perder a essência e a tradicionalidade, mantendo viva a memória do distrito. "Ainda há trocas entre artesãos e feirantes, mas, além disso, o público também pode comprar produtos", afirmou. Xavier também comenta que a cada edição, o evento aumenta. "Ampliamos a estrutura para fortalecer os artesãos locais, atrair feirantes de toda a região e receber turistas que movimentam o comércio", complementou

Riqueza cultural

As apresentações culturais tiveram início no primeiro dia do evento, na sexta com os grupos DJ Braz e Break Bone responsáveis pela abertura do festival. A atração principal, a banda de pop rock goiano, Mr. Gyn, encerrou a noite com um show vibrante e nostálgico.

Neste sábado, as apresentações têm início às 15h, com Bloquinhos do Zoim. Às 19h, acontece uma pequena pausa para uma missa que será celebrada em todo o evento. As apresentações musicais retornam às 20h30h com a dupla Marcus & Ramalho e, às 22h30, a atração principal da noite, Geraldo Azevedo. É a primeira vez que o cantor se apresenta na feira, sua presença reforça o compromisso com a valorização da cultura nacional. O encerramento da noite fica por conta da banda Kozmic Blues, que irá agitar a madrugada do evento. 

No domingo, último dia do evento, o público poderá assistir ao Sarau Cultural. Essa parte do evento visa à democratização da arte onde um palco estará disponibilizado para que artistas se apresentem de forma voluntária para enriquecer o evento. Essa modalidade de apresentação já aconteceu pela iniciativa privada, entretanto, será a primeira vez que acontece durante a realização da feira. 

O vice-prefeito, Naldim Magalhães, afirma que o evento é "parte da alma da população de Olhos D'água". "São mais de 50 anos de história, tradição e memórias que passam de gerações para gerações", afirmou. Ele também reforça a importância da feira para a produção e economia local. "Quando organizamos a feira, não estamos apenas montando barracas ou uma estrutura. Estamos dando força para o artesanato, para os feirantes, cultura popular e toda a economia em torno desse evento", acrescentou. 

Festa de gerações

Idealizada em 1974, pela professora mineira Laís Aderne, a feira tem conquistado cada vez mais público pelo seu estilo único em transmitir os saberes ancestrais da região. Nesta edição, conta com um espaço especial para homenagear três pessoas que tiveram um papel fundamental para o fortalecimento da cultura local e regional. O poeta Rodrigo de Maria, a carnavalesca Silene Farias e a artesã Dona Waldira traduzem o espírito vivo que mantém a feira pulsando há mais de 50 anos. 

Apesar do falecimento de Laís em 2007, a gambira, principal evento da feira, mantém a memória da educadora viva, transmitindo sua sensibilidade e respeito pela cultura popular ainda no imaginário da população. 

  • 101 Feira do troca
    101 Feira do troca Divulgação
  • 101 Feira do troca
    101 Feira do troca Divulgação
  • O evento celebra a cultura e o artesanato local, muito rico em peças de madeira e argila
    O evento celebra a cultura e o artesanato local, muito rico em peças de madeira e argila Divulgação
  • Entre as atrações está Geraldo Azevedo
    Entre as atrações está Geraldo Azevedo Divulgação
  • O público poderá trocar, de forma solidária, roupas e objetos em troca de produtos locais
    O público poderá trocar, de forma solidária, roupas e objetos em troca de produtos locais Divulgação

Para o vice-prefeito de Olhos D'água, "manter essa tradição é um orgulho enorme". "Manter o evento é honrar quem começou tudo lá atrás e garantir que as novas gerações continuem vivendo esse momento tão importante para a nossa cultura", pontuou. 

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postado em 06/12/2025 10:00
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