
A Igreja Batista Filadélfia, no Guará, emitiu uma nota oficial para "restabelecer a verdade e se posicionar" após a prisão de um líder religioso que seria ligado à instituição, investigado por estupro de vulnerável contra adolescentes. No documento, a instituição, que afirma ter mais de 50 anos de história, nega veementemente qualquer omissão ou tentativa de acobertamento.
No texto, emitido no último domingo (21/12), a igreja expressa "profundo pesar e indignação" e defende a conduta da sua liderança. Afirma, ainda, que o investigado é ex-membro voluntário do Ministério de Adolescentes e não exercia mais nenhuma função de liderança, desde o início de 2025.
O pronunciamento afirma que não houve desestímulo às famílias para buscarem as autoridades. Declara, também, que a orientação institucional sempre foi a de incentivar a procura pela polícia. "O acolhimento espiritual não substitui, em hipótese alguma, o dever de busca pela justiça estatal", escreveu a instituição.
A nota esclarece que o investigado “não é, nem nunca foi, ‘pastor’” na denominação e que seu parentesco com o Pastor Presidente não interferiu nas medidas disciplinares ou na colaboração com a Justiça. A igreja afirma que o sigilo da investigação e a proteção às vítimas limitam a divulgação de detalhes, mas reitera sua disposição para colaborar com as autoridades.
O caso
O homem, de 30 anos, foi preso temporariamente na última sexta-feira (19/12) durante a Operação Pensilvânia, realizada pela Polícia Civil do DF (PCDF). Ele é investigado por estupro de vulnerável contra adolescentes do sexo masculino, com idades entre 10 e 17 anos à época dos fatos.
As investigações apontam para um padrão sistemático de abusos que teria se prolongado por cerca de seis anos (2019-2024). Segundo as apurações, o suspeito utilizava sua posição de influência em atividades voltadas para jovens para obter acesso privilegiado às vítimas, explorando vulnerabilidades emocionais.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Até o momento, quatro vítimas foram formalmente ouvidas e outras oito estão em processo de oitiva. A Justiça determinou, além da prisão temporária por 30 dias, o afastamento do suspeito de funções religiosas, medidas protetivas e a apreensão de eletrônicos para perícia. As investigações seguem em andamento.

Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF