
Um dos elementos mais abundantes do universo, o enxofre é fundamental para a formação dos planetas e manutenção da vida. No entanto, apesar da abundância, a quantidade desse composto detectada pelos cientistas era inferior à esperada. Na Nuvem Molecular de Touro, por exemplo, há cerca de mil vezes menos enxofre que a projeção. Essa ausência gerou uma preocupação na astronomia conhecida como “problema do esgotamento de enxofre”, mas químicos podem ter descoberto onde essas moléculas estão “escondidas”.
O estudo foi publicado na revista Nature e contou com a participação de um grupo de químicos de diferentes universidades nos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, a solução para esse dilema pode estar no gelo interestelar. Isso quer dizer que, enquanto o enxofre no estado gasoso é escasso, o elemento estaria “preso” no estado sólido e depositado em nuvens moleculares frias, regiões de alta densidade e de baixas temperaturas.
Uma das dificuldades dos astrônomos para observar esse enxofre se deve ao fato de que ele está armazenado na forma de sulfeto de hidrogênio (H2S), que pode ser convertido em Sulfanos (H2Sn) e Octassulfeto (S8), também conhecido como enxofre molecular. Essas moléculas, que retém o enxofre em forma de “grão de poeira gelada”, não absorvem a luz infravermelha de forma detectável ou com intensidade suficiente para serem observadas utilizando essa tecnologia.
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Outra razão para a dificuldade de se observar o enxofre interestelar, explicam os cientistas, é que as ligações dos átomos de enxofre estão sempre em mutação. "Ele nunca mantém a mesma forma." É como um vírus: conforme se move, ele muda", explica Ryan Fortenberry, astroquímico da Universidade do Mississippi e um dos autores do estudo.
A resolução do dilema do “enxofre faltante” pode impactar de maneira significativa os estudos sobre a vida em outros planetas. Isso porque o composto químico é fundamental para a formação de planetas e sistemas solares. Além disso, a descoberta desse maior estoque de enxofre abre mais possibilidades para a origem e diversificação da vida em outros planetas.
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