
O rapper brasiliense LyNDoN lança, nesta quinta-feira (4/12), o single O rap tá na rua!, em parceria com a mineira Clara Lima e produção da beatmaker Sartør. Na sexta-feira (5/12), o projeto audiovisual chega ao YouTube. Gravado em São Paulo, o clipe propõe uma reflexão sobre as origens, o pertencimento e o papel questionador do rap dentro da cultura hip-hop.
Ao Correio, LyNDoN explica que a música nasce de uma necessidade: reafirmar verdades que, para quem vive a cultura, deveriam ser óbvias, mas acabam perdidas em meio ao crescimento comercial do gênero. “O objetivo desse som é reafirmar algumas coisas. Uma delas é que o rap é preto. O hip-hop é uma cultura preta, criada pelo povo preto, e isso não é opinião, é fato”, afirma.
Rap de rua, pertencimento e responsabilidade cultural
Com um boombap clássico, LyNDoN costura um discurso direto sobre como o rap se mantém vivo graças às bases da cena: a rua, os artistas independentes e as comunidades periféricas que moldaram o gênero desde o início. Para ele, mesmo com o rap em festivais e playlists é essencial lembrar sua origem. “Eu sei que está na moda. E tudo certo ser assim. Mas é preciso lembrar que essa cultura tem um lugar de pertencimento. Muita gente chega agora sem saber de onde isso veio, e meu papel é reforçar essa parada”.
Além da crítica, o artista destaca temas estruturais como racismo e machismo, ainda presentes no movimento, e faz questão de exaltar a crescente força das mulheres no rap, como Duquesa, Luana e Julia Costa.
Clara Lima, uma escolha natural e simbólica
A escolha de Clara Lima para o feat veio de forma instantânea. LyNDoN já havia citado a artista mineira em VIP FREESTYLE e a vê como uma referência importante dentro do rap nacional.“A Clara veio lá de trás, das batalhas, lá de 2014, 2015. Ela é um símbolo importantíssimo. Quando fiz o som, pensei nela na hora”.
Clara entrega um verso que, segundo LyNDoN, carrega críticas e desabafos pessoais como manda a tradição do rap. “Ela traz uma crítica mesmo, que faz parte da cultura. Ela deixa umas linhas com endereço, e isso é normal. É rap”.
A faixa começou quando LyNDoN buscava um boombap para fortalecer o repertório ao vivo. Sartør enviou alguns instrumentais e o rapper encaixou de imediato o refrão que viria a ser a espinha dorsal da música. Com a guia pronta, enviou para Clara, que respondeu com um verso finalizado.
Independência e os desafios de fazer a música
Para Lyndon, o maior obstáculo de quem faz rap de forma independente é o baixo investimento. “Criatividade, vontade, disposição a gente tem. Mas tudo envolve dinheiro, que sai do meu bolso”.
Com produtor, beatmaker, engenheiro de mix, filmmaker e equipe de pós-produção envolvidos, o artista destaca que o desafio é grande, mas que este lançamento fluiu de forma especialmente positiva. “Eu ainda não consigo ver erros. Sinto que acertamos em tudo”.
Clipe gravado em São Paulo
O videoclipe é dirigido por LP, fotógrafo e videomaker do DF que fortalece a estética underground e coloca a rua como protagonista. Gravado durante uma passagem do rapper por São Paulo, o audiovisual reforça a atmosfera crua da faixa. “Mesmo longe, consegui manter minha tradição de trabalhar com artistas do DF. Isso me deixa feliz demais.”
Com fortes referências culturais e uma mensagem que reforça orgulho, pertencimento e responsabilidade, LyNDoN celebra a parceria e espera que a música encontre quem realmente vive o hip-hop. “Quem gosta de rap de verdade vai gostar. É aquele boombap de bater cabeça, de botar no carro altão.”
*Estagiário sob a Supervisão de Severino Francisco
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