Aos 35 anos e quase duas décadas dedicadas à atuação, Bernardo Mesquita está acostumado a transitar entre diferentes projetos. Mas o desafio mais recente trouxe uma novidade que, até para ele, era inédita: ser protagonista da primeira novela vertical original do TikTok no Brasil. Intitulada Amor de aluguel, a produção com 80 episódios de apenas um minuto cada estreia na plataforma, representando uma aposta em um formato pensado exclusivamente para a geração que consome conteúdo na palma da mão.
A trama, gravada em São Paulo, coloca Mesquita no papel do mocinho Caio Velanova, um bem-sucedido dono de uma empresa de joias que, para enganar o avô e convencê-lo de que vai se casar, recruta uma "esposa de aluguel". A personagem de Ana Beatriz Tavares, Isadora Sereno, aceita a proposta por também precisar de dinheiro para custear o tratamento da avó. O elenco ainda conta com Lucas Moura, Raissa Chaddad, Ariel Moshe e Lilian Blanc.
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O ator conta que o convite partiu de profissionais com quem já tinha afinidade. "Esse convite surgiu através de uma grande amiga, Yana Sardenberg, que é a diretora do projeto, junto com o produtor de elenco Eduardo Pradela", revela. "Quando eles me chamaram explicando que seria a primeira novela vertical do TikTok, fiquei super feliz pelo tamanho e importância do personagem."
A agenda foi intensa: foram 80 episódios gravados em apenas 10 dias. Atuar para um formato tão condensado, onde cada segundo conta, exigiu um ritmo diferente. Para Mesquita, porém, o maior desafio foi a correria da gravação. O segredo, segundo ele, estava no roteiro. "Cada minuto tem uma sacada que prende o espectador e faz a história avançar de forma natural", explica o papel de Bento, de 6 anos. "Mesmo com pouco tempo, a narrativa é envolvente, e isso ajuda muito no trabalho do ator."
Versatilidade em cena
Enquanto Caio Velanova busca uma esposa de aluguel no TikTok, Bernardo também aparece nas telas da televisão como uma figura celestial: o Arcanjo Miguel em A vida de Jó, na Record, onde também atuou em produções como O Rico e Lázaro (2018), Reis (2022) e Neemias (2024). Lidar com dois universos tão díspares simultaneamente é um processo consciente. "É algo novo para mim, nunca tinha feito dois projetos ao mesmo tempo", admite. "Então, o meu processo é me esvaziar totalmente de um personagem antes de entrar no outro. Tento deixar a composição anterior de lado para começar do zero."
A trajetória do carioca começou como uma forma de superação. Tímido na infância, ele buscou cursos de interpretação e encontrou no teatro, na Casa da Gávea, no Tablado e na CAL (Casa de Artes Laranjeiras), não apenas uma profissão, mas uma transformação pessoal. "O teatro só potencializou o que eu já sentia dentro de mim", lembra. "Eu era super tímido, e ele me ajudou a ficar mais desenvolto em tudo, na vida pessoal, na forma de me comunicar. A partir daí, entendi que era isso que eu queria para minha vida."
Desde seu primeiro papel de destaque, como Adalberto Rangel em Duas caras (2007), até os atuais, Bernardo sente uma evolução clara. "Eu evoluí muito. A experiência e a maturidade fizeram toda a diferença, tanto profissional quanto pessoalmente", reflete. Ele cita a paternidade como um marco nessa transformação: "Depois que me tornei pai, senti ainda mais essa transformação. Me trouxe uma nova visão de mundo e acabou refletindo no meu trabalho também."
"É o futuro"
Com uma filmografia que inclui do príncipe encantado de Sacha no filme da Xuxa O fantástico mistério de Feiurinha (2009) a figuras bíblicas, Mesquita agora deseja explorar o lado sombrio da força. "A maioria dos meus personagens até hoje foram mocinhos: príncipes, heróis, anjos…", observa. "Tenho muita vontade de fazer um grande vilão. Acho que vai ser uma oportunidade incrível, e quero que esse personagem seja inesquecível", sublinha.
Com Amor de aluguel, Bernardo Mesquita abraça uma nova fronteira do entretenimento digital, protagonizando as mudanças na forma como as histórias são contadas e consumidas. Questionado sobre o formato vertical, o ator não hesita em apontá-lo como uma tendência consolidada. "Com certeza acho que esse é o futuro. Claro que o streaming e as novelas tradicionais não vão acabar, mas o formato vertical vai ganhar um espaço importante", avalia. "É algo que traz mais oportunidades para nós, atores. Acho superinteressante ver essa nova forma de contar histórias se consolidando", conclui.
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