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A magia dos romances natalinos: confira as principais estreias temáticas de dezembro

Das comédias românticas estadunidenses ao jeito brasileiro de comemorar a data especial, confira as dicas do que assistir no final de dezembro

O Natal é celebrado de diferentes maneiras ao redor do mundo, mas entre o místico, o romance e as dificuldades, as histórias de amor e união são as que prevalecem e encantam os corações daqueles que as assistem. Com programação especial para um dos feriados mais românticos do cinema, até 25 de dezembro, o Canal Lifetime está com quadro de exibição de comédias românticas natalinas, com destaque para os inéditos Como se apaixonar no Natal e Natal no Chalé, estrelados por Teri Hatcher. Já no Canal Brasil, o público pode sentir um gostinho de casa com Natal dos Silva, série que acompanha uma família brasileira durante as festas de fim de ano em meio ao caos habitual, amigos ocultos, luto, intrigas e reconciliações.

Conhecida por papéis em Desperate Housewives, Lois & Clark: As novas aventuras do Superman e 007 - O amanhã nunca morre, Teri Hatcher passou pelo drama, ação e suspense antes de chegar nas comédias românticas natalinas. Para ela, o que torna os filmes especiais é o fato que eles transmitem paz e alegria para quem os assiste: "Tudo dá certo no final e todos vivem felizes para sempre, e é ótimo conviver com essa esperança mesmo que por pouco tempo. Mal posso esperar para começar minha própria maratona de Natal", ressalta a atriz.

Em Natal no Chalé, Teri interpreta Lex, uma influencer digital que viaja para passar o feriado com o filho e, inevitavelmente, com o ex-marido e sua nova esposa. Quando a reserva dela no hotel dá errado, ela se oferece para trabalhar lá em troca de um lugar para ficar, e acaba desenvolvendo uma conexão inesperada com o gerente do local, Eric.

O longa Como se apaixonar no Natal, acompanha Nora Winters, que abandonou a carreira de escritora para abrir uma empresa, mas agora precisa voltar a escrever uma história de amor natalina para se salvar da falência. Ela só não espera que o fotógrafo que a acompanha durante a matéria seria a resposta para o seu bloqueio criativo. As próximas exibições do filme serão realizadas na terça-feira, dia 23 de dezembro, às 23h30, e na véspera de Natal, às 12h20, no Canal Lifetime.

Originalmente, o papel de Nora tinha sido escrito para uma mulher de 35 anos, mas quando Teri entrou para o elenco, ela se juntou à produção para fazer alterações no roteiro e construir uma personagem mais velha coesa, que tinha atitudes e realidades condizentes com uma mulher da sua idade. "Eu tenho 60 anos, e acho que tem mais papéis para mulheres com mais de 50 hoje em dia do que quando eu era mais nova, mas ainda acho que podemos criar mais. Para isso, temos que achar histórias autênticas para mulheres mais velhas, e com esse filme, construímos uma personagem que é mais madura e está tentando recomeçar na vida, sem medo de se reinventar e sair da zona de conforto para experienciar algo novo", detalha a atriz.

Segundo Teri, esse tipo de representatividade é importante pois mostra para as mulheres que elas podem se permitir viver algo inédito aos 50, continuar procurando por novas oportunidades e experiências, e dar uma primeira, ou uma nova chance para o amor. "Não devemos ter medo de contar histórias onde as mulheres têm um segundo ou terceiro ato em suas vidas, e é isso que acontece nesse filme e o que atrai tanto a audiência", finaliza a atriz.

Natal abrasileirado

Denise dos Santos/Divulgação - O Natal dos Silva, série com cinco episódios, se inspira nas festas das famílias brasileiras

Trazendo a representatividade do Natal do Brasil, a série O Natal dos Silva, dirigida por Gabriel Martins, busca representar a dualidade natalina. Apesar da data trazer um encantamento, para algumas famílias pode ser recheada de conflitos internos e tristezas. Na trama, os Silva, família tipicamente brasileira, vivem o primeiro Natal depois da perda da matriarca da família. Os capítulos estão disponíveis no Globoplay.

Para Gabriel Martins, a série surgiu pela vontade de representar um espírito natalino mais profundo, abordando dores de uma família no país. " Acho que essa família acabou nascendo de várias inspirações de pessoas próximas a mim, da minha família, de famílias de amigos. Foi criado a partir de um certo lugar de intimidade, mas também pegando características e situações muito específicas que eu vivi e dando espaço para fabulação", conta Gabriel que deseja explorar esses personagens por muito anos, por isso,todos possuem muita complexidade.

O Natal pode ser um momento de discussões familiares e Gabriel acredita essas tensões refletem muito nas festas nos últimos anos. "A gente viveu muitas tensões por questões políticas que acho que fragmentaram algumas famílias.Talvez questões que já até aconteceram antes, mas talvez foram exacerbadas um pouco pelos rumos do país e embora isso não seja diretamente um tema dos Silva, mas as tensões familiares fazem parte, acho que seria natural abordar isso como uma forma de ser honesto ao nosso modo de viver Natal", reflete o diretor.

Acostumado com o cinema e aclamado pela sua direção em Marte Um, Gabriel Martins acredita que a dimensão dos personagens se torna mais fácil no formato de série. "Como a gente tem várias pequenas narrativas e pequenos arcos dentro dos episódios, a gente consegue ter mais tempo para poder trabalhar certos personagens sem necessariamente pensar para onde a cena vai a partir disso", comenta. Gabriel reflete que no cinema a possibilidade de dar uma cena completa a um personagem coadjuvante e trabalhar várias reações é menor.

Para ele, o trabalho nos personagens é muito especial no formato de série. "É possível realmente aumentar, esgarçar essa tapeçaria que está presente nos personagens e construir a história de várias perspectivas. Até com mudanças de tons entre os episódios, mudanças de estética, que eu acho também bem divertido", complementa.

Segundo o diretor, é importante uma série que contemple os brasileiros de forma tão honesta. "Eu desejo muito para quem vai assistir junto com a família no Natal, que, de alguma forma, essa série possa servir como uma espécie de refúgio em algum momento ou mesmo uma possibilidade de reflexão. Eu acho que quando a gente vê certos conflitos e resoluções na tela, isso nos ajuda a navegar na vida ou, pelo menos, faz a gente observar a vida de uma forma diferente", ressalta. Gabriel espera que O Natal dos Silva divirta, emocione e que o projeto seja apreciado coletivamente.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

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Divulgação/Lifetime - Teri Hatcher e William DeVry em Natal no Chalé
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