Banco Central

Mercado reduz projeção para inflação e câmbio

Segundo o boletim Focus, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu de 4,83% para 4,81%

a projeção para o dólar neste ano recuou de R$ 5,50 para R$ 5,48, segundo a última estimativa do Focus -  (crédito: Leonardo Sá/Agência Senado/Flicker)
a projeção para o dólar neste ano recuou de R$ 5,50 para R$ 5,48, segundo a última estimativa do Focus - (crédito: Leonardo Sá/Agência Senado/Flicker)

Economistas do mercado financeiro reduziram suas projeções para inflação e o câmbio neste ano. Segundo os dados do mais recente Boletim Focus, divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu de 4,83% para 4,81%.

O indicador ainda permanece distante do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% para 2025. "Mesmo com inflação mais controlada, os preços administrados seguem pressionados, e a leitura do Focus reforça isso", destacou Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

Em relação ao câmbio, a projeção para o dólar neste ano recuou de R$ 5,50 para R$ 5,48. Para 2026, passou de R$ 5,60 para R$ 5,58. Já a estimativa para 2027 foi revista de R$ 5,65 para R$ 5,60.

O CEO da Multiplike, Volnei Eyng, avaliou que os números "reforçam um cenário de estabilidade com sinais pontuais de alívio". "Sinalizam uma inflação em trajetória de ajuste, crescimento estável e câmbio menos pressionado, mas com juros ainda em patamar que limita a atividade econômica e impõe desafios para empresas e consumidores. O cenário continua exigindo cautela no presente, mas abre espaço para condições mais favoráveis a partir de 2026", ponderou.

A projeção do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 ficou em 2,16%. Para 2026, a mediana das estimativas recuou para 1,80%. Em 2027, a expectativa permaneceu em 1,90%, e, para 2028, seguiu em 2,0%.

A previsão para a taxa básica de juros (Selic) neste ano foi mantida em 15%. Para 2026, a projeção ficou em 12,25%, enquanto a de 2027 permaneceu em 10,50%. Já em 2028, a estimativa seguiu em 10%.

O CEO da Referência Capital, Pedro Ros, avaliou que o atual cenário econômico combina "inflação estável e crescimento moderado, ainda que com juros elevados". Para ele, essa configuração "abre espaço para ativos reais com renda recorrente e execução prática, como no setor imobiliário".

Ros acrescentou que “o mercado deve reagir com seletividade, mas favorecendo operações que entregam fluxo confiável e proteção de longo prazo”. Segundo o executivo, o momento representa também “uma oportunidade de o Brasil mostrar consistência e consolidar a confiança de quem quer investir no país”.

 

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postado em 30/09/2025 03:29
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