
O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto elogiou a condução da política monetária pelo atual chefe da autarquia, Gabriel Galípolo. Com os juros atualmente a 15% ao ano, ele reconheceu que se ainda estivesse no cargo “estaria fazendo a mesma coisa” que o seu sucessor. “Faz parte do Banco Central ser duro”, disse nesta segunda-feira (27/10).
No entanto, Campos Neto admitiu que, com a queda das expectativas para a inflação nos próximos dois anos, a tendência é que o BC comece a reduzir a taxa Selic a partir do próximo ano. De acordo com o Boletim Focus de hoje, o mercado financeiro já trabalha com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,56% no final de 2025, enquanto que, para o próximo ano, fecharia em 4,2%.
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Mesmo assim, a queda dos juros deve ser mais lenta na percepção do ex-banqueiro central, que acredita em um ano de maior volatilidade no mercado, sobretudo por causa das eleições presidenciais no segundo semestre. “Com uma volatilidade muito grande fica muito mais difícil você fazer um movimento de queda de juros mais prolongado. Mas acho que isso não vai mudar a trajetória da dívida brasileira. A gente vai precisar dar um choque de credibilidade positiva”, destacou em entrevista à Globonews.
Relação Brasil e EUA
Campos Neto também comentou, durante o programa, sobre o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. O ex-banqueiro central, que deixou o cargo em janeiro de 2025, disse que é difícil esboçar uma previsão sobre o fim das tarifas e ressaltou que elas prejudicam a atividade econômica no país.
“Com o presidente dos EUA é difícil ter uma previsibilidade. É muito incerto. Tem que esperar para ver. Espero que a gente consiga diminuir as tarifas para o Brasil. Isso mostra que as políticas de tarifas, quando há muitas mudanças, atrapalha o investimento em médio prazo. É ruim para todo mundo”, disse.
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