Funcionalismo

Provas do CNU estão mantidas para este domingo, mesmo após operação da PF

Etapas serão realizadas em outubro e dezembro; especialistas alertam para erros comuns e candidatos relatam estratégias na reta final

O Ministério Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) confirmou, para o próximo domingo, a realização das provas do Concurso Nacional Unificado (CNU), mesmo após a operaçõa Última Fase, deflagrada ontem pela Polícia Federal. A etapa de domingo, com questões objetiva, será dividida em duas partes: uma com temas de conhecimentos gerais — como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades — e outra com conteúdos específicos de cada bloco temático escolhido pelo candidato.

No nível superior, serão 90 questões, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos. Para o nível intermediário, o total é de 68 perguntas, distribuídas entre 20 de conhecimentos gerais e 48 específicas. Todas as questões terão cinco alternativas e apenas uma correta.

A etapa seguinte será a prova discursiva, marcada para 7 de dezembro de 2025, restrita a quem for aprovado na primeira fase. Para o nível superior, serão cobradas duas questões abertas, com duração de três horas, das 13h às 16h. Já os concorrentes de nível intermediário deverão elaborar uma redação dissertativa-argumentativa, no período das 13h às 15h.

O tempo total de aplicação também varia. Os candidatos de nível superior terão 5 horas de prova, das 13h às 18h, enquanto os de nível intermediário contarão com 3h30, das 13h às 16h30 . Os portões serão fechados às 12h30, no horário de Brasília, e será obrigatório permanecer em sala por, no mínimo, duas horas. O caderno de questões só poderá ser levado na última hora do exame.

Estratégias

Na preparação, muitos concorrentes têm adotado estratégias específicas. A cientista política Brenda Cabral dos Santos, 25 anos, que concorre a uma vaga de nível superior, afirmou que nesta reta final priorizou os conteúdos específicos. "Na reta final, decidi focar em exercícios e revisar os conhecimentos específicos. Como a parte de conhecimentos gerais já foi cobrada no ano passado, refiz a prova para treinar e dei prioridade aos temas que ainda não foram cobrados", disse.

Brenda explicou que não pretende estudar na véspera. "Nos dois dias que antecedem o concurso pretendo não revisar, para ficar mais tranquila na hora da prova", relatou. Sobre os conteúdos que ainda a deixam apreensiva, destacou o bloco 7. "É bem inédito e praticamente não existem questões da banca sobre eles, então tudo que vier na prova vai ser uma surpresa".

A candidata também contou como organiza alimentação e deslocamento: "Sempre levo coisas que gosto e são fáceis de comer, como chocolate, amendoim e barrinhas. Evito frutas porque dá mais trabalho. Já fiz provas no mesmo local e sei que é impossível achar estacionamento, então prefiro ir de transporte por aplicativo".

Além dos conteúdos, o descanso é um desafio. "Como eu concilio trabalho com estudos, descansar não está sendo possível, mas decidi tirar um pouco minha cabeça dos conteúdos para evitar ficar nervosa", explicou.

Erros

Para especialistas, os dias que antecedem o exame exigem organização e estratégia. O professor William Dornela, sócio-diretor do curso Os Pedagógicos, apontou os principais erros: "Um dos erros mais comuns é tentar estudar novos conteúdos do zero nos últimos dias. Isso pode gerar ansiedade e dar uma falsa sensação de despreparo. O ideal é focar na revisão daquilo que já foi estudado".

Segundo ele, outro problema é a falta de planejamento logístico. "Não se organizar com antecedência para o dia da prova — como conferir o local, planejar o deslocamento ou separar documentos — gera estresse desnecessário", destacou.

Dornela também avaliou o que diferencia os candidatos aprovados: "A reta final é decisiva. O que mais diferencia quem consegue a aprovação é a consistência e a disciplina em manter a rotina de estudos até o último dia. Outro ponto essencial é o controle emocional".

 

Sobre os dois dias que antecedem, ele defendeu que cada candidato escolha o método mais adequado. "Resolver questões é importante porque simula a prova, mas os resumos também são úteis. O ideal é combinar os dois, sem excesso".

Quanto ao desempenho no dia, a recomendação é não perder tempo em questões difíceis. "Se perceber que está gastando muito tempo, o melhor é sinalizar e seguir adiante, voltando depois. Isso mantém o ritmo e evita deixar perguntas fáceis sem resposta".

Dornela reforçou que não existe uma única estratégia de resolução. "Alguns seguem a ordem, outros começam pelas disciplinas em que têm mais domínio. O essencial é escolher a tática já treinada nos simulados".

E, após a prova objetiva, o foco deve permanecer na preparação. "É normal sentir insegurança, mas ficar preso à dúvida sobre o desempenho não ajuda. O mais produtivo é continuar estudando para a etapa discursiva", concluiu.

Este será o último CPNU do atual governo. Na quarta-feira, em entrevista ao programa Bom dia, ministra, a a ministra da Gestão, Esther Dweck, descartou a realização do certamene no ano que vem. Está programado, segundo ela, a convocação do cadastro reserva.

*Estagiária sob a supervisão de Edla Lula

 


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