
Alvo da Operação Poço de Lobato, o Grupo Refit movimentava recursos no exterior por meio de empresas offshore. As investigações da Receita Federal, que atua no caso com outros órgãos federais e estaduais, apontam que entidades criadas no estado de Delaware, nos Estados Unidos, operavam como sócias e cotistas e tinham os mesmos representantes que empresas vinculadas ao grupo no Brasil.
O estado em questão é conhecido por ter uma legislação mais favorável à criação de empresas do tipo LLC (Limited Liability Company, ou Sociedade de Responsabilidade Limitada, no portugês). Essas companhias possuem a vantagem de serem anônimas e não precisar cumprir com a tributação local, desde que não gerem renda no território norte-americano.
Com essa prática, além de não pagarem impostos nos EUA, essas empresas também não precisam cumprir com as obrigações tributárias no Brasil, o que alimenta o esquema de lavagem de dinheiro dentro do grupo.
As investigações da Receita apontam que, por meio da aquisição de uma exportadora em Houston, a Refit importou mais de R$ 12,5 bilhões em combustíveis. Além disso, mais de 15 empresas offshore que remetem recursos para a compra de participações e imóveis no Brasil já foram identificadas nos EUA, o que totaliza aproximadamente R$ 1 bilhão.
A Operação Poço de Lobato cumpriu, nesta quinta-feira (27/11), 126 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. A Refit é considerada a empresa com a maior dívida tributária no país, que ultrapassa R$ 26 bilhões, de acordo com a Receita Federal.

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